AGCO dispensa 153 da fábrica de Santa Rosa

Roberta Mello

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Com uma previsão de produção 50% menor do que a de 2014, a AGCO do Brasil anunciou a demissão de 153 trabalhadores da planta de Santa Rosa, no Interior do Estado. A unidade produtora de colheitadeiras das marcas Massey Fergusson e Valtra abriu, nesta quinta-feira, um Plano de Demissão Voluntária (PDV) direcionado a até 78 funcionários. Os demais serão escolhidos pela própria AGCO.

Em nota, a AGCO explicou que "analisou diversos cenários de atuação diante da queda de vendas de todo mercado de máquinas e equipamentos agrícolas, e para atenuar os impactos, nos últimos meses, não mediu esforços ao adotar ações de contenção e alternativas que minimizassem os efeitos negativos que têm afetado o setor".

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santa Rosa, João Roque dos Santos, afirmou que a produção de colheitadeiras caiu de 1,2 mil em 2014 para apenas 600 em 2015, sendo que 300 já foram feitas, e a outra metade deve ser entregue até dezembro. Devido à queda no ritmo de trabalho, outros 170 funcionários terão suspensão de contrato de trabalho de junho a outubro.

Os trabalhadores paralisados irão receber qualificação profissional com bolsa do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). Um complemento salarial será pago aos colaboradores para manter o valor da folha de pagamento mensal. Na volta ao trabalho, os colaboradores afastados terão garantido contrato de, no mínimo, por mais quatro meses. Além disso, a empresa se comprometeu a manter o pagamento das férias e do 13º salário. Uma assembleia reunindo trabalhadores e representantes da fabricante de equipamentos agrícolas deve ocorrer nas próximas semanas para avaliar o cenário.

O sindicato, representante dos mais de 700 trabalhadores da AGCO do município nas negociações, lutava, desde segunda-feira, com a empresa para reduzir o número de contratos de trabalho suspensos e para garantir o cumprimento de todos os direitos trabalhistas. Segundo Santos, a primeira proposta colocada na mesa era de 300 demissões. "Nós fizemos de tudo para que não houvesse desligamentos, mas a empresa foi irredutível", disse o dirigente.

Tanto o representante dos trabalhadores quanto a AGCO excluem a possibilidade da planta de Santa Rosa fechar as portas. Para Santos, "isso seria um colapso para a região". "Momentos como esse já ocorreram outras vezes, e a empresa se reergueu. Estamos com uma safra recorde e devemos retomar o ritmo de produção de maquinário", lembrou o presidente do sindicato.

A AGCO manifestou que, após o processo de adaptação, "a companhia deverá obter maior sinergia de processos e de atividades para seguir atuando de maneira sólida, com excelente nível de produtividade, cumprindo seu compromisso de levar aos seus clientes as mais modernas tecnologias agrícolas."

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