Alternativa à crise, número de cooperativas rurais aumenta no RS

O número de cooperativas rurais no Rio Grande do Sul aumentou nos últimos anos. Atualmente, são 426 registradas, de acordo com o Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do RS (Ocergs) e o Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo do Estado do RS (Sescoop/RS). O RS é o segundo estado do Brasil em número de associados, 2,7 milhões.

Em 2015, as cooperativas gaúchas cresceram 15,75%. A previsão para 2017 é de novo crescimento, de ao menos 10%.

Estratégia de mercado já antiga, as cooperativas rurais são alternativas à crise para os agricultores, uma vez que, juntos, os produtores conseguem conquistar mercados maiores e aumentar as vendas.

Em Garibaldi, na Serra, a Coopeg, uma cooperativa de produtores ecologistas, reúne 53 famílias de pequenos agricultores. Verduras, sucos, vinhos e doces são as especialidades. Ela surgiu como um incentivo para que os produtores permanecessem no campo."Você tem que juntar forças. Você entrar em uma grande rede em São Paulo, aqui no Estado… quando você é de um grupo, você dá a garantia de abastecimento, dá segurança a eles, transmite seriedade e, também para o produtor, ele consegue se fixar, se manter nesse mercado", afirma o produtor rural Jorge Mariani.

Além da produção, a cooperativa ainda aposta no turismo rural. Por ano, passam cerca de 3 mil turistas pela propriedade. Em 2015, a Coopeg foi reconhecida como exemplo pela Organização das Nações Unidas (ONU).

Em Ipê, a cerca de 100km de Garibaldi, a Econativa reúne 82 associados. A produção é 100% orgânica. Juntos, eles produzem cerca de 80 variedades de alimentos, entre grãos, sementes, legumes e frutas. A cooperativa possui um pequeno mercado, onde os produtos também são comercializados.

"A cooperativa tem o intuito de favorecer o interesse de um grupo de pessoas para vender o seu produto. Quem está dentro desse rol, quase não sente o peso da crise. O associado entrega a mercadoria, e a gente consegue vender por melhor preço. Retira-se os custos de manutenção da cooperativa e o restante já volta automaticamente para o associado", diz Juarez Righez, presidente da cooperativa.

O produtor rural Daniel Parizotto foi um dos fundadores de outra cooperativa no estado. Ela existe há quase 20 anos, com produção orgânica. O que começou apenas familiar, foi expandindo-se. Hoje, eles produzem 40 variedades de hortifrutigranjeiros, que chegam a vários estados do país graças ao cooperativismo.

"Nós nos baseávamos em feiras, em Porto Alegre e em Caxias do Sul. Mas precisávamos ampliar nossas vendas, pois a produção sobrava bastante e não tinha para onde destinar. Nesse sentido surgiu a cooperativa, resolvemos, corremos atrás, nos organizamos e a formamos. Tendo a cooperativa, nós conseguimos ter um volume de vendas, unindo todos e representando dentro do mercado. Conseguimos entrar nas grandes redes de supermercados, merendas…", finaliza Daniel.

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