Tudo está paralisado e o desabastecimento no varejo já está causando impacto no consumo das cidades. Esse é um dos reflexos do bloqueio das estradas que vem sendo conduzido pelo movimento nacional dos caminhoneiros. No campo a situação está ainda pior, insustentável. Mais de dois milhões de litros de leite deixaram de ser coletados esta semana, a suinocultura assiste cenas dantescas de canibalismo e os lotes de frangos estão morrendo, ambos pelo mesmo motivo: falta de ração.
Na região, o impasse em torno do leite envolve 1.700 produtores, na área da suinocultura a Cotrijuí reclama que 140 mil suínos estão agonizando em 160 propriedades, esperando por 1.500 toneladas de ração. A indústria do setor lácteo reclama que o problema é o fim do suprimento de embalagens, combustível, lenha para as caldeiras e produtos de limpeza, entre outros itens necessários para sua operação.
Para articular uma proposta emergencial que evite maiores prejuízos aos produtores, o presidente da AMUPLAM e prefeito de Ijuí Fioravante Balin reuniu na última sexta-feira, 27, a representação política da associação e representantes do movimento dos caminhoneiros, sindicatos, cooperativas, indústria, comércio e produtores rurais. De Pejuçara, compareceu o Secretário Municipal de Agricultura Irineu Pereira da Costa, representando o prefeito Eduardo Buzzatti, que participava da assembleia da Famurs.
Todos os segmentos representados debateram sobre as dificuldades do bloqueio, cada qual demonstrando as consequências negativas que ele vem trazendo. O líder do movimento, o caminhoneiro Edio Rui Nehring declarou que “o objetivo é o desabastecimento como forma de sensibilizar o governo, sem prejuízo da população”. “Os transportadores tem uma pauta de 17 reivindicações com o governo federal e vamos resistir até que se estabeleça um canal de negociação” – afirmou Edio Nehring.
Na coordenação da reunião, o presidente da Amuplan Fioravante Balin construiu uma proposta de entendimento sustentada em três pontos: 1º – o recolhimento da produção até a indústria (leite, suínos e frangos), em 2º – a saída do estoque da indústria para o local de destino (portos e armazéns) e, em 3º – o abastecimentos de insumos para as propriedades rurais e indústrias. “O essencial é manter a mobilização, apoiando os caminhoneiros, mas sem prejuízo da cadeia produtiva” – afirmou Balin.
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