Área de trigo deverá cair 13% no Rio Grande do Sul

A Emater divulgou, nesta quinta-feira, seu primeiro levantamento a respeito da intenção de plantio e estimativas iniciais de produção e produtividade da safra de inverno 2016. Os números apontam que haverá redução da área destinada ao trigo no Estado, mas crescimento da colheita.
Apesar de terem colhido uma excelente safra de verão e estarem capitalizados, os agricultores não parecem animados, dando mostras de que deverão reduzir os investimentos no trigo. Há semanas, o mercado dá sinais de pouca movimentação na procura por insumos (principalmente sementes e adubos), indicativos de que, para este ano, a área a ser plantada deverá ser menor. "Vários fatores contribuem para este cenário, como preços pouco atrativos para o cereal e elevação dos custos de produção, entre outros", comenta o diretor técnico da Emater, Lino Moura.
Realizada durante a última semana de abril e a primeira de maio, a pesquisa sobre a intenção de plantio para 2016 abrangeu os 240 principais municípios produtores de trigo, que representam 83% da área a ser plantada. Os dados indicam que a área deverá encolher 13,11% em relação ao ano passado, quando foram cultivados 882,57 mil hectares, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Se confirmados os números projetados pela pesquisa da Emater, a área cultivada será de 766,9 mil ha.
Considerando a produtividade média dos últimos anos, que foi de 2.214 kg/ha, a Emater projeta uma produção total de 1,697 milhão de toneladas de trigo para o Rio Grande do Sul, caso as condições meteorológicas sejam favoráveis. "Esta produção seria 21,9% maior do que a do ano passado, quando foi colhido apenas 1,392 milhão de toneladas, de péssima qualidade, justamente pelo clima desfavorável durante a fase reprodutiva e de formação de grão", explica Moura.
Na cevada, ao contrário do que ocorre no trigo, a área deverá ter um acréscimo de 14,45% em relação ao ano anterior, passando para 40,59 mil ha, contra os 35,46 mil ha plantados na safra passada. Com uma produtividade estimada inicialmente em 1,8 mil kg/ha, a produção chegaria a 73,1 mil toneladas. Uma diferença positiva de 54,45% em relação a 2015, quando foram colhidas 47,4 mil toneladas, segundo o IBGE. O levantamento levou em conta informações de 64 municípios, que representam 80% da área a ser plantada.
A canola é outra cultura que terá um pequeno aumento de área (4%), se comparada ao ano passado, passando de 37,27 mil ha plantados em 2015 para 38,77 mil ha projetados para 2016. A produção poderá chegar a 51,33 mil toneladas, contra 42,98 mil toneladas colhidas na safra passada, o que representa um aumento de 19,43%. Para a canola, foram consultados 86 municípios, que representam 83% da área a ser plantada.
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