Os próximos passos do Inter começam se desenhar nesta terça-feira, quando o time de Diego Aguirre conhece o primeiro adversário na Libertadores. Com ou sem altitude pelo caminho, Diego Aguirre está em busca de equilíbrio.
Quer um ataque veloz, que consiga vantagem no placar com facilidade, como aconteceu diante do São José, pelo Gauchão, quando o Inter abriu 3 a 0. Mas também precisa de uma defesa sólida, que evite a recuperação do adversário, exatamente o que se viu no empate em 4 a 4, no Beira-Rio. Para tanto, o técnico uruguaio optou por um time reserva no 1 a 0 sobre o Novo Hamburgo, sábado. Era preciso ver quem, entre os suplentes, está apto a assumir a titularidade na busca pelo tri da América.
DEFESA
É o principal problema de Diego Aguirre. Nas cinco partidas da temporada — dois amistosos e três pelo Gauchão —, o Inter sofreu sete gols. Em apenas uma delas, diante do Novo Hamburgo e com time reserva — com Muriel; Léo, Alan Costa, Réver e Alan Ruschel —, não viu o adversário comemorar.
Em contrapartida, na vitória sobre o Juventude, o gol adversário só saiu depois da troca dos titulares pelos reservas no intervalo.
Alisson, apesar das críticas no empate com o São José, tem vantagem sobre o irmão Muriel para ser titular no gol.
Na direita, Aguirre tem duas opções. O contratado Léo, vindo do Flamengo, chegou credenciado pela boa temporada que fez em 2013, quando ainda defendia o Atlético-PR. Suas atuações, porém, não tem convencido. Ainda assim, parece ser o preferido do uruguaio. Seu concorrente, o jovem Cláudio Winck, só foi titular uma vez, diante do São José, quando Léo estava suspenso.
No miolo da zaga, Paulão e Ernando têm formado a dupla titular de Aguirre, mas sem dar segurança ao setor. Contra o São José, na pior atuação defensiva do ano, fracassaram. Réver estreou sábado e parece sem ritmo. Um eventual confronto na altitude de La Paz pode ser demais para o camisa 3. Alan Costa, apesar da reserva no início do ano, tem esperança de entrar após o ótimo desempenho diante do Novo Hamburgo.
Pelo lado esquerdo, não há dúvidas: Fabrício é dono da posição.
MEIO-CAMPO
Não há como contestar a qualidade técnica das alternativas de Aguirre para compor o meio-campo. Há abundância de jogadores talentosos, o que não garante a eficiência para criar oportunidades e manter uma proteção adequada aos defensores.
Nos primeiros jogos do ano, alguns dos principais problemas de 2014 se repetiram. Os erros na saída de bola parecem persistir, e, por mais que os jogadores saibam reter a bola, falta velocidade para transformar as longas trocas de passe em chances reais de gol.
Aguirre não descarta alteração no esquema e admite chance de três volantes
Aguirre tem escalado o time em um 4-2-3-1, e definiu bem sua dupla de volantes a partir da saída de Willians para o Cruzeiro. Nilton e Aránguiz são os donos das duas primeiras funções.
A linha de três meias tem variado, ainda que D'Alessandro tenha lugar garantido. Sasha, Vitinho e Alex têm brigado por duas vagas, e Anderson deve entrar nessa disputa. O reforço pode atuar centralizado, na posição de Alex. Sem ritmo, porém, dificilmente seria titular nas condições adversas que uma possível estreia na Bolívia impõem.
Para não ficar refém de veteranos na altitude, Aguirre poderia optar pela formação ofensiva com D'Alessandro, Sasha e Vitinho no trio de articuladores, ainda que essa formação tenha pecado defensivamente diante do São José.
ATAQUE
Os números do setor ofensivo do Inter são animadores: foram 10 gols em cinco jogos neste início de ano. Ainda assim, há razões para preocupação, especialmente diante das atuações dos atacantes colorados.
O principal homem de frente, titular absoluto da equipe, não começou bem o ano. Desde que retornou ao Inter, Nilmar não teve o desempenho brilhante das duas passagens anteriores pelo Beira-Rio. Mostra lampejos da técnica refinada e um pouco da velocidade das arrancadas avassaladoras, mas não mantém boa participação por 90 minutos.
É certo que a falta de contundência de quem o abastece prejudica. Diante do São José, com Sasha e Vitinho entrando na área e lhe fazendo companhia, o camisa 7 esteve um pouco mais próximo do que se espera dele. Mas ainda que não melhore, Nilmar dificilmente não estreará como titular na Libertadores.
Isso porque o reserva imediato costuma ser o alvo preferido das vaias do torcedor. Rafael Moura manteve, no início de 2015, o fraco desempenho do ano passado. Suas chances de titularidade se reduzem ainda mais pela falta de mobilidade, uma característica que pode ser ainda mais prejudicial em um jogo fora de casa, com o contra-ataque à disposição.
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