Bancadas de partidos aliados ao governo de José Ivo Sartori (PMDB) estão inseguras sobre o conteúdo das futuras medidas do Piratini. Pior que isso, a ausência de Sartori e de seu chefe da Casa Civil, Márcio Biolchi (PMDB), como articuladores políticos e defensores dos temas a serem apresentados à sociedade, complica ainda mais o cenário de incerteza que se apresenta neste início de ano no Legislativo.
“A gente não sabe o que vem nas medidas, sabe que a demora ocorre em função da situação do Estado. Nossa expectativa é que, a partir desta semana, com a Casa voltando ao ritmo normal de trabalho, os deputados ditem a pauta política e o teor das medidas, certamente, será exigido por todos os envolvidos. O governo será cobrado”, analisa o primeiro vice-líder do PSDB, deputado Adilson Troca.
Líder da bancada do PP, o deputado Frederico Antunes reconhece que há desconforto entre seus colegas. “Há insatisfação com o fato de o governador estar decidindo tudo sozinho. Até agora, nós estamos apenas assistindo”, qualifica o parlamentar. Segundo ele, além do desconhecimento sobre as próximas decisões do governo, há também um sentimento de discordância com o primeiro conjunto de medidas. “Não concordamos com o congelamento de pagamentos aos credores por 180 dias, com alguns cortes de despesas e não iremos concordar com aumento de impostos. Quando o PP foi convidado a participar do governo, fez isso pensando na possibilidade de debater o fim do Imposto de Fronteira, de implementar as Parcerias Público-Privadas. Estamos aguardando e esperamos que esta conversa ocorra”, adverte Antunes.
Temas mencionados pelo progressista integram também a pauta que pode ser inviabilizada pelo PDT. “Teremos muita dificuldade em aceitar aumento de impostos, não concordamos com o Imposto de Fronteira e, principalmente, com cortes que atinjam saúde, segurança pública, educação e que paralisem projetos estratégicos de infraestrutura”, define o líder pedetista, deputado Dr. Basegio.
Mesmo aliados que estiveram ao lado de Sartori desde o início da campanha que resultou em sua eleição, confessam ignorar os planos do governador. O líder do PSB, deputado Elton Weber, alerta que somente serão votadas matérias que tenham sido analisadas com tempo adequado. “Não vamos votar nada na correria, seja mudança ou adequação, nada. Nossa bancada não toma decisão sem conhecer bem o tema em pauta”, assinala o socialista.
