A abertura oficial da colheita de milho no Rio Grande do Sul acontece na sexta-feira, em Horizontina, onde foram plantados mais de 6 mil hectares, com expectativa de produtividade média de 110 sacos por hectare. A cerimônia será realizada na propriedade de Ademir Zappe, na localidade de Tunas, às 10h. Mas a programação se inicia ainda amanhã, com uma palestra do ex-ministro da Agricultura e atual presidente da Associação Brasileira do Produtores de Milho (Abramilho), Alysson Paolinelli. Na região Noroeste, os produtores estão aproveitando o clima favorável, e 38% da área havia sido colhida até o início da tarde de ontem, além de 7% do plantio da safrinha.
Nos 45 municípios de abrangência da Emater de Santa Rosa, que engloba a Fronteira Noroeste e as Missões, foram plantados pouco mais de 120 mil hectares. A expectativa é obter uma produtividade média de 5,4 mil quilogramas, ou seja, 91 sacas por hectare. De acordo com a engenheira agrônoma da Emater, Ancila Altmann, o clima colaborou nesta safra e, com isso, algumas propriedades podem ter produtividade acima das 140 sacas por hectare, principalmente nas cidades de Horizontina e Maurício Cardoso. “Até o fim da tarde de terça-feira, já teremos mais milho colhido do que em pé nessas duas cidades. Acredito que, em 10 ou 15 dias, o processo terá terminado e a safrinha também estará implantada na região”, destaca.
O quadro geral da cultura no Rio Grande do Sul é de normalidade, com mais de 40% da área nas fases de enchimento e de grão maduro. Além disso, as condições climáticas seguem favoráveis, o que deve garantir a qualidade do milho a ser comercializado, além do bom potencial produtivo. “As lavouras foram muito bem-implantadas, e a ocorrência de chuvas regulares ajudou o desenvolvimento da cultura. A qualidade observada até agora é satisfatória, com boa maturação fisiológica”, afirma Ancila. Inclusive, 7% da safrinha já está plantada e encontra-se em estágio de desenvolvimento vegetativo na região de Santa Rosa, onde a somatória das duas safras atingirá mais de 158 mil hectares.
O levantamento semanal da Emater indica um preço de R$ 24,21 por saco de 60 quilogramas, abaixo da média histórica dos últimos quatro anos para o mês de janeiro, de R$ 26,82. O valor é pressionado no mercado interno pelo estaque remanescente da segunda safra brasileira, em torno de 19,5 milhões de toneladas. Segundo o extensionista da empresa em Horizontina, Sadi Schimidt, o preço ainda cobre os preços de produção tendo em vista a produtividade. “O custo está em torno de 70 sacos por hectare. Mesmo com o preço baixo, o milho ainda traz ganhos ao produtor. E temos que avaliar o potencial que ele agrega para as culturas subsequentes, melhorando a estrutura do solo”, explica.