Com quase 80% dos leitos de UTI ocupados e mais de 6,8 mil mortes causadas pela Covid-19 no Rio Grande do Sul, o governo do estado decidiu, nesta segunda-feira (30), adotar medidas emergenciais mais severas para tentar evitar o aumento da disseminação do coronavírus.
Entre elas, a vedação à permanência em locais públicos sem controle de acesso, como ruas, praias e parques, a recomendação ao cancelamento de eventos de final de ano e a suspensão do sistema de cogestão com os municípios. Ou seja, a classificação do governo do estado no mapa de distanciamento controlado deve ser adotado por todas as regiões.
Nesta semana, por exemplo, apenas Cachoeira do Sul e Guaíba tiveram seus recursos atendidos e ficam em bandeira laranja. Com isso, as demais 19 regiões passam à bandeira vermelha e devem adotar os protocolos de controle ao alto risco epidemiológico recomendados pelo estado.
“Facilita a comunicação, a fiscalização e o cumprimento das regras. Não há um modelo único no mundo, mas há uma série de medidas temporárias que a gente espera reverter esses casos”, diz Leany Lemos, coordenadora do comitê de crise.
A decisão foi tomada após uma reunião com a Federação das Associações de Municípios (Famurs) e é temporária, por 15 dias, prorrogáveis de acordo com a revisão do cenário geral da disseminaçãod a doença no RS. Segundo Eduardo Leite, a medida visa evitar que o coronavírus se alastre e volte a sobrecarregar o sistema hospitalar.
“Não é só ter respirador, camas ou monitores cardíacos. Todo leito é composto por pessoas, e tem limitação de equipe de saúde, fruto da pressão nas estruturas de saúde”, pontua.Outras medidas são sugeridas, mas, conforme o governador, haverá um controle mais rigoroso pela Brigada Militar e órgãos de fiscalização no cumprimento dos protocolos e das ações que caracterizou como “educativas para reduzir aglomerações”.
Veja algumas das medidas adotadas pelo governo:
A secretária de Saúde, Arita Bergmann, afirmou que já foi requisitado aos hospitais que reativem os leitos exclusivos para a Covid-19. Pelo menos 77 estão em processo de reativação e novos leitos, em Cruz Alta e Osório, devem ser inaugurados.
No entanto, ela roga à população que retome os cuidados tomados no auge da pandemia.
“Não basta ter leitos clínicos ou de UTI. As pessoas terão que ajudar para evitar essa aceleração da transmissão: o autocuidado, uso da máscara, higienização das mãos, distanciamento físico são atitudes que a população tem responsabilidade”, diz Arita.
G1 RS