Conservar o solo garante sustentabilidade ambiental e produção de alimentos

O Dia Nacional da Conservação dos Solos será celebrado nesta quarta-feira (15) e soma-se ao Ano Internacional de Conservação do Solo, instituído pela ONU, para provocar a reflexão sobre o uso e as formas de manejo, fundamentais para garantir a produção de alimentos. No Rio Grande do Sul, para marcar a data e o ano, várias instituições, entre elas a Emater/RS-Ascar, estão construindo uma proposta de programa estadual, com a retomada ações de operação.

"Depois de acreditarmos que o plantio direto tinha resolvido a questão da conservação do solo, constatamos que essa técnica não é suficiente, pois há grandes perdas de solo, principalmente de água. Mesmo em áreas de plantio direto, quando mal manejadas, o solo fica compactado, o que impede a entrada das raízes e da água em profundidades maiores", afirma o diretor técnico da Emater/RS, Lino Mouraa. "A água que não infiltra no solo causa erosão nas lavouras e nas estradas, depositando sedimentos nas baixadas e assoreando rios, além de levar agroquímicos e contaminar mananciais hídricos, o que exige uma reflexão da sociedade em geral e dos técnicos”, defende o diretor.

Para o novo programa estadual de conservação dos solos, que está sendo construído em parceria entre Emater/RS-Ascar, Embrapa, Secretarias de Desenvolvimento Rural e Cooperativismo e da Agricultura e Pecuária e Fepagro, várias propostas para o Estado estão em elaboração. "A Emater tem um papel muito importante nessa estratégia, pela capilaridade e atuação junto a mais de 220 mil famílias de agricultores", destaca Moura, ao citar as técnicas de manejo, a cobertura do solo, a rotação de culturas, a retomada da construção de terraços e a conservação da água nas lavouras, que garantem boas condições de estruturação e recompõem a boa fertilidade do solo, diminuindo os problemas de estiagem.

Pesquisas recentes em erosão, durante cinco anos, avaliaram perdas de solos sob mata nativa e eucalipto e sob chuva natural. Também taxas de erosão foram avaliadas no plantio direto com trigo/soja, durante quatro anos. "A partir disso, podemos concluir que o uso do solo é sustentável quando for utilizado sob mata nativa, reflorestamento ou num outro sistema de manejo com plantio direto, nos quais as taxas de perdas por erosão fiquem próximas às taxas de formação do solo", avalia o assistente técnico estadual em Recursos Naturais da Emater/RS-Ascar, Edemar Valdir Streck.

Desafios – "Em razão de termos um clima muito instável no RS, períodos de chuvas excessivas e outros, de estiagens, é necessário desenvolver ações de uso, manejo e conservação do solo e da água, para reduzir perdas por erosão e armazenar mais água no solo”, afirma Streck, ao salientar que o armazenamento da água das chuvas em barragens e açudes também é importante para atender os sistemas de irrigação e a regularização de vazão dos mananciais hídricos.

De acordo com o técnico, a degradação do solo e a escassez de água impõem um novo desafio à tarefa de alimentar a futura população mundial. "Este alerta foi dado pelas Nações Unidas, declarando o ano de 2015 como o Ano Internacional dos Solos, para chamar a atenção da sociedade e setor público em geral da necessidade de desenvolver ações para aumentar a produtividade e a conservação dos recursos naturais", concluiu.

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