Marcus Meneghetti
Com votação exclusivamente on-line desde o ano passado, 705.835 pessoas participaram da Consulta Popular 2017-2018 – a maior participação via internet desde que essa modalidade de voto foi implementada. Entretanto 44 municípios gaúchos não devem receber recursos, porque não atingiram a proporção mínima de votantes em relação ao eleitorado. Desde de 2016, para receber parte dos R$ 60 milhões disponibilizados pelo governo do Estado à Consulta Popular, cada município dos 28 Conselhos Regionais de Desenvolvimento (Coredes) tem que atingir um número mínimo de votos, que varia de 6% do eleitorado das cidades com menos de 10 mil habitantes até 1,5% dos eleitores das cidades com mais de 120 mil. O coordenador da Consulta Popular, Teonas Baumhardt, acredita que essa regra contribuiu para a aumentar a mobilização dos municípios que compõem os Coredes. "Apesar de os Coredes terem relutado em aceitar essa regra, perceberam que, com uma organização mínima, já conseguem mobilizar votos suficientes para superar o percentual mínimo. Se considerarmos o total de 497 cidades gaúchas, tivemos poucas que não atingiram", avaliou Baumhardt. O presidente do Fórum dos Coredes, Paulo Fernandes, afirma que a medida acabou fomentando a participação. "Achávamos que isso (o percentual mínimo) ia dificultar a captação de recursos. Mas acabou resolvendo o problema das cidades que não se mexiam e, mesmo assim, dividiam recursos com as que se mobilizavam", avaliou Fernandes. Além disso, tanto o presidente do fórum quanto o coordenador da Consulta Popular acreditam que a ausência de passivos nos últimos três anos também tem incentivado a mobilização. "O recorde de participantes se deve principalmente a isso, na minha opinião. O pagamento em dia das demandas ajuda a engajar as pessoas, porque as pessoas veem que dá certo, que vale a pena votar nas prioridades para a sua região", comentou Baumhardt. Entre os 28 Conselhos Regionais de Desenvolvimento com maior número de participantes em relação ao número de eleitores está o do Médio Alto Uruguai (28,7% do eleitorado da região votou), o do Celeiro (25,8%) e o dos Campos de Cima da Serra (25,7%). –
Jornal do Comércio
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