Um dos calcanhares de Aquiles da saúde pública no Rio Grande do Sul são os hospitais filantrópicos que atuam pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Com a contenção de gastos, em função das dificuldades financeiras do Estado, o secretário de Saúde, João Gabbardo, a determinação é de que o orçamento da área permaneça a mesma de 2014. “A questão é que a Secretaria Estadual de Saúde assumiu compromissos bem maiores com repasses aos hospitais filantrópicos e tornou a situação inviável. Não vamos ultrapassar os gastos do ano passado”, afirmou ele.
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Para o presidente da Amrigs, Alfredo Floro Cantalice Neto, é grande a preocupação com o congelamento do orçamento. Segundo ele, sem os repasses do SUS, os hospitais vão começar a enfrentar dificuldades ainda maiores e isso vai refletir no atendimento final aos pacientes. A mesma análise é feita pela presidente da Associação Brasileira em Defesa dos Usuários de Sistemas de Saúde (AbraSus), Terezinha Borges. De acordo com ela, os pacientes já se sentem desassistidos pelas dificuldades que encontram ao buscar atendimento pelo SUS.
A AbraSus, composta por voluntários, recebe diariamente denúncias de todos os tipos sobre problemas nos atendimentos, inclusive algumas de profissionais, como médicos e enfermeiros. A tendência é que isso se agrave com a precarização dos serviços envolvendo os hospitais. “Os pacientes sabem que vão enfrentar dificuldades ao buscar os postos, pela demora e o vai e vem. Porém, no hospital eles recebem o atendimento completo. Por isso que as emergências estão tão lotadas. É um círculo vicioso”, explica ela.