Cooperativas geram cerca de 60 mil empregos no RS, diz pesquisa

As cooperativas geraram cerca de 60 mil empregos no Rio Grande do Sul no ano passado, segundo dados da Organização das Cooperativas do Estado do Rio Grande do Sul (Ocergs). O estado é o segundo do país com maior número de cooperados – 2,7 milhões de pessoas –, o que representa cerca de 20% do quadro do país.

A grande diferença de uma cooperativa em relação a uma empresa tradicional é que o lucro é repartido de forma igual entre todos os associados, o que representa um seguro contra a crise. "A gente percebe que, puxando um histórico do cooperativismo, que é em momentos de dificuldade ou em algum momento de turbulência, tanto econômica quanto social, que as pessoas tendem a se unir e unindo ficam mais fortes", disse o coordenador de cooperativismo da Emater de Santa Rosa, Marcos Servat.São 434 cooperativas ativas, em 13 áreas. Entre elas está a de João Anselmo Thiele, de Santa Rosa, no Noroeste do Rio Grande do Sul. Há 10 anos, ele começou a recolher o óleo de cozinha que sobrava das casas de moradores da cidade. Como não conseguiria vencer o trabalho sozinho, ele teve a ideia de se unir a outras pessoas, formando a Cooperativa de Economia Solidária. Hoje, os 245 sócios trabalham com a reciclagem de óleo de cozinha, vendem alimentos para merenda escolar e para a comunidade.

"Isso é muito bom para o colono, para o produtor. Nós não estamos produzindo só negócio do desmoldante, trabalhamos também com a merenda escolar, então é um benefício muito grande para o pequeno produtor, o pequeno agricultor que não tem em grande escala", diz Thiele.

Aos 15 anos, a estudante Samara Friske é sócia de uma cooperativa de alunos repórteres, que produzem um informativo rural distribuído gratuitamente à comunidade, com conteúdo relacionado a assuntos do dia a dia do homem do campo e das atividades da escola. O objetivo, neste caso, não é a busca de renda, mas de conhecimento e profissionalização.

"As professoras falam muito que os alunos passam a prestar mais atenção, que como a gente trabalha muito com textos, a redação também começou a melhorar. Como a gente busca valorizar o morador do meio rural, eles passam a enxerga-lo de maneira diferente. Tudo se transforma em reportagem", disse Samara.

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