Danrlei anuncia “rompimento político e pessoal” com Jardel

Após o afastamento de Mário Jardel da Assembleia por depressão, o vice-presidente do PSD-RS, Danrlei de Deus, anunciou "rompimento político e pessoal" com deputado estadual por meio de um comunicado. O ex-atacante gremista exonerou praticamente todo seu gabinete na manhã desta segunda-feira.

Jardel estaria incomodado com ações praticadas por servidores de seu próprio gabinete, que estariam tomando decisões sem consultá-lo, e pelo que chamou de "má administração". Segundo o novo chefe de gabinete que tomou posse nesta segunda-feira, Cristian Lima, de duas dezenas de funcionários do deputado, apenas quatro que eram de sua confiança foram mantidos.

Confira a nota na íntegra:

"A arte ou ofício de exercer a boa política carrega consigo responsabilidade, solidariedade, lealdade e compromissos maiores de todos os representantes parlamentares com seus eleitores e com a sociedade como um todo que tem o dever de representar.

Por mais de 20 anos, fui colega de clube, parceiro e amigo do hoje Dep. Mario Jardel de Almeida Ribeiro, tendo, inclusive, buscado estimular sua candidatura nas últimas eleições, até como forma de superação de estágios pessoais que em outras circunstâncias sei que seriam difíceis de transpor.

Empenhei-me pessoalmente em sua eleição, dedicando esforço pessoal, carinho, amizade e até compromisso político com seu voto. A eleição de Mario Jardel à Assembleia Legislativa contou com um verdadeiro “time político” tanto meu quanto do PSD que já vinham envolvidos com minha candidatura e meu desempenho junto à Câmara dos Deputados. A sua eleição representou não apenas uma vitória deste grupo, mas também o êxito de uma missão partidária ao qual não apenas Jardel, como  também este "time Pessedista" e os meus eleitores puderam se identificar ao longo desta caminhada.

Lamento, contudo, que mesmo sendo um período curto em que exerce seu mandato na Assembleia Legislativa, eu me obrigue, por dever de lealdade e compromisso político com os milhares de gaúchos que elegeram não apenas Jardel mas também a mim, a romper publicamente com este a quem confiei minhas mais profundas e sinceras expectativas.

Alguém que logo no início de uma longa jornada, a de um mandato parlamentar, falha em princípios éticos como lealdade, confiança e consideração. Não quero relacionar-me publicamente com quem conduz seu mandato e sua vida da maneira como meu ex-colega demonstrou que vai conduzir.

A partir de agora, declaro meu rompimento político e pessoal com Mario Jardel, justamente por ele descumprir tais normas elementares sobre a qual tínhamos consenso e acordo que haveríamos de cumprir.

Espero que pelo menos mantenha o compromisso político de honrar o mandato que o PSD ajudou-o a conquistar".

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