Dunga afirmou nesta segunda-feira que a Seleção Brasileira precisa "mostrar do que é capaz" contra a Venezuela, nesta terça-feira, em Fortaleza, para "dar alegria à torcida", depois da derrota por 2 a 0 para o Chile na estreia das eliminatórias para a Copa do Mundo.
Na verdade, o técnico sabe muito bem que a insatisfação do torcedor começou bem antes, há pouco mais de um ano, com a goleada humilhante de 7 a 1 sofrida em casa diante da Alemanha nas semifinais da Copa do Mundo, ainda sob o comando do seu predecessor, Luiz Felipe Scolari.
"A conta não é nossa, mas estamos aqui e temos que pagá-la. Não é fácil, mas não é impossível pela qualidade dos nossos jogadores. Quando os resultados não vêm, é normal essa cobrança. Mas o prazer e alegria de estar na seleção tem que superar as cobranças", afirmou o capitão do tetra em entrevista coletiva.
"Nossa seleção mostrou que tem equilíbrio e vai buscar fazer uma boa partida. Precisamos mostrar de que somos capazes", acrescentou. "Nós queremos carinho, mas o torcedor também quer um pouco de alegria, e nós temos plena consciência disso. Eu e minha comissão técnica não dormimos bem. Tentamos buscar algo porque o futebol sempre foi uma das alegrias do povo", enfatizou.
O lateral Daniel Alves, que também participou da coletiva, disse que, além do 7-1, a seleção tem sua imagem prejudicada pelo clima político e econômico tenso no país. "Os brasileiros estão tão revoltados que acabam misturando as coisas. Somos a linha de frente dos disparos. Quem representa o país e veste a camisa fica sujeito a isso", lamentou o jogador do Barcelona.
"Sabemos que a credibilidade da Seleção não é mais a mesma, mas estamos buscando essa estabilidade, retomar essa confiança. A Seleção não pode pagar o pato", completou.