Com uma atuação de luxo, o Brasil fechou os Jogos Olímpicos Rio-2016, no qual teve o melhor desempenho de sua história, com o sétimo ouro em 19 medalhas conquistadas. A seleção masculina de vôlei atropelou a Itália por 3 a 0 (25/22, 28/26 e 25/24) na final da manhã deste domingo e subiu no lugar mais alto do pódio do Maracanãzinho. Neymar foi a grande atração na torcida, pegando o microfone e pedindo apoio no intervalo de um dos sets. Vibrou intensamente. Guga também apareceu.
Foi o terceiro título olímpico da seleção, que manteve os nervos no lugar sempre e não falhou nos momentos cruciais da partida, ao contrário dos italianos nos dois quesitos. Os outros ouros: Barcelona-1992 e Atenas-2004. Finais? Já sá seis. O Brasil ficou com a prata nas duas últimas edições, em Pequim-2008 e Londres-2012. Outro detalhe impressionante: o técnico Bernardinho não sai do pódio há 20 anos, desde que foi bronze treinando o feminino em Atlanta-1996 e Sydney-2000.
A final do vôlei masculino na Rio-2016 começou nervosa para os dois lados. Mais para os italianos, que erraram muitos saques, entregando pontos em momentos decisivos. O último ponto do primeiro set, inclusive, foi um saque do capitão Zaytzev que acertou a nunca de Buti. Houve equilíbrio até o 12 a 12.
Aí o levantador Bruno operou duas defesas fantásticas e Lipe, destaque no primeiro set virando sempre quando era acionado, cravou. A torcida levantou no Maracanãzinho. Neymar pulou. O emocional ficou ao lado do time de Bernardinho, que administrou a vantagem até fechar em 25/22.
No segundo set, a Itália manteve a estratégia de forçar o saque, que começou a entrar. Aí Bruno apelou para a bola de segurança: a pancadaria do oposto e eleito melhor atacante do torneio, Wallace. As variações de meio, com Lucão, rarearam. Quando muito, o ponteiro Lucarelli. Bruno preferiu um jogo simplificado, percebendo o momento instável da seleção. Deu certo, mas não sem muita emoção e sofrimento, com set points para os dois lados.
A Itália largou na frente, mas a partir do 9 a 9 o Brasil o equilíbrio retornou, em um bloqueio estilo paredão de Wallace. Juantorena, um dos melhores sacadores italianos, voltou a errar e a dar pontos de graça. No 21 a 21, os italianos reclamaram até o desafio, insinuando que a máquina estava contra eles. Perderam-se nos nervos, deixando escapar o set numa recepção bisonha: 28/26.
Para perder a medalha de ouro, só com uma virada lendária dos italianos, algo que a torcida e a seleção não deixariam acontecer. Dito e feito. Se o saque italiano entrasse, vá lá. Mas Juantorena e Zaytzev seguiam errando como não costumam errar. Meneavam a cabeça, não entendendo o que acontecia. Repetiu-se o cenário dos outros dois sets. Equilíbrio até a hora de a onça beber água, como se diz no jargão popular.
Wallace foi o monstro de sempre, o líbero Serginho voou no chão para salvar, Bruno deu show como levantador, Lipe (descontado, com dores musculares) manteve a intensidade. A Itália voltou a errar na hora agá, fazendo até dois toques em levantamento. Para fechar a conta em 3 a 0, um não menos emocionante 25/23.
Brasil, medalha de ouro pela terceira vez no vôlei masculino em Olimpíadas.
ZERO HORA