O inverno começa às 13h38min deste domingo. A diferença é que desta vez terá grande influência do El Niño, que não aparecia desde o ciclo 2009/2010 no Estado. Esse fenômeno fará com que a estação seja marcada por chuva excessiva e há riscos de enchentes no Rio Grande do Sul, segundo a MetSul Meteorologia. Essa característica deverá se potencializar entre agosto e setembro. Todas as regiões deverão ter chuva acima da média, principalmente as Metades Oeste e Norte.
Os efeitos do El Niño começaram a ser sentidos nas últimas semanas no RS. Segundo a meteorologista da MetSul Estael Sias, este domingo marca somente o começo astronômico do inverno, mas climatologicamente a estação já teve início no fim de maio. Desde então foram registrados vários dias com os termômetros negativos.
O El Niño tende a vir acompanhado de temperaturas acima da média para esta época do ano. Mas isso não significa ausência de frio. “Mesmo sob El Niño ocorrem episódios de frio intenso a extremo no Estado com muita geada e neve”, alerta Estael. Lembra que em julho de 2009 houve uma das mais potentes ondas de frio dos últimos 30 anos no Estado.
Deverá ocorrer alternância de períodos amenos ou quentes com outros de frio intenso. Não está descartada a possibilidade de neve e de temporais com vento forte e granizo. Em 2009, houve temporais de grande intensidade, como o tornado arrasador no Oeste de Santa Catarina.
Excesso de chuva traz alertas
O excesso de chuvas, que tende a ser comum durante o inverno, traz uma preocupação especial para Porto Alegre, no que se refere aos deslizamentos e às condições das marquises. Segundo o chefe do grupo de primeira abordagem da Defesa Civil de Porto Alegre, Márcio Cardoso, os temporais e as próprias mudanças climáticas fazem com que o alerta seja maior. Ele explica, por exemplo, que, no caso das marquises, esses fenômenos podem prejudicar a estabilidade da estrutura, assim como ampliar as infiltrações. Tanto que os proprietários ou responsáveis pelos prédios devem apresentar a cada três anos o Laudo de Estabilidade Estrutural.
A Secretaria Municipal de Urbanismo (Smurb) iniciará no próximo mês a fiscalização das condições das marquises na região central. A população pode colaborar com a fiscalização, encaminhando denúncias pelo telefone 156 (Fala Porto Alegre).
Quanto aos riscos de deslizamentos, Cardoso explica que Porto Alegre tem 118 áreas consideradas de risco e 11 em estágio crítico. A maioria está localizada em morros ou perto de arroios. Ressalta que, nesses casos, os terrenos estão mais vulneráveis. “O solo fica mais comprometido e há maiores riscos de deslizamentos.” Para evitar tragédias, a Defesa Civil investe na educação da comunidade no entorno, para que identifique sinais de risco. São eles: rachaduras no solo ou postes e árvores inclinados. A recomendação é que, em caso de dúvida, as pessoas acionem o órgão.