Entidades de classe não ficaram satisfeitas com os reajustes sancionados nesta sexta-feira (16) pelo governador José Ivo Sartori. O decreto aumenta o próprio salário dele, além de secretários, deputados, Judiciário, membros do Ministério Público, Defensoria Pública e TCE.
Isso porque o governador assumiu com o discurso de corte de gastos e medidas de austeridade, como o corte de horas extra e o congelamento de concursos públicos. O sargento Leonel Lucas, presidente da Associação dos Cabos e Soldados da Brigada Militar (Abamf), explica que de cada cinco brigadianos, quatro fazem hora extra devido a falta de efetivo.
"Nós olhamos com preocupação. Para nós não tem hora extra, mas para aumentar o salário do governador e secretários, aí tem dinheiro? Isso aí o governador tem que rever, porque nós não podemos ficar com essa insegurança, a sociedade, mas principalmente os brigadianos que estão de braços cruzados, querem trabalhar e não podem porque não tem hora extra", desabafou o sargento.A Abamf pediu uma audiência com o secretário da Segurança Pública para resolver a situação.
A vice-presidente do Cpers, Solange da Silva Carvalho, também foi contra a medida. Ela rebateu o argumento de Sartori de que o reajuste é constitucional e lembrou que o piso nacional dos professores também está na lei.
“É lei desde 2008, e desde 2011 o STF colocou que não tem mais recurso. Então o piso também é constitucional. Tem que pagar. Então o discurso de que não há dinheiro, de que é preciso enxugar a máquina, esse é um discurso que se perde”.
O custo anual para os cofres do Estado será superior a R$ 130 milhões.
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