A morte da menina Giedry da Silva Cuenca, 16 anos, atropelada por um trio elétrico durante o carnaval de Jaguarão, um dos maiores do Estado, traz um sério debate em relação ao uso de álcool. Segundo testemunhas, ela estava embriagada, mesmo não tendo a idade mínima para consumir bebidas alcoólicas que, no Brasil, é 18 anos. Mesmo existindo esse limite, há quem defenda que a restrição deveria ser maior.
“O fato de ser 21 anos vem determinado pelas novas descobertas da neuroquímica cerebral. O cérebro que se imaginava amadurecido aos 17, 18 anos. Hoje se tem comprovação que ele está amadurecido com 22,23 anos”, relata o ex-presidente e atual membro do conselho consultivo da Associação Brasileira de Estudos de Álcool e Drogas, o psiquiatra Sérgio de Paula Ramos.
Outra iniciativa que poderia contribuir com a redução no consumo do álcool é a proibição de ações publicitárias na mídia. Ramos destaca que na década de 1980, osfumantes representavam 48% da população. Após medidas restritivas, sociais e legais, o índice caiu para 17%.
“Percebe-se que o uso de tabaco diminuiu muito até pela mudança de postura da mídia, que não recebia mais dinheiro desse setor, e produzia matérias contrárias ao fumo”, diz.
Além da proibição ao uso de bebidas alcoólicas, Ramos acredita que é preciso aumentar a fiscalização, já que nem todo comerciante se nega a vender os produtos a adolescentes.