Estado possui déficit de quase 200 mil vagas na educação infantil

Enquanto os prazos para o atendimento de metas nacionais são curtos, o déficit naeducação infantil no Rio Grande do Sul é grande e dificilmente será zerado nos próximos anos. Considerando a demanda existente em creches pré-escolas, o RS precisa criar 196.507 vagas. O maior problema ocorre na faixa de 4 e 5 anos. Segundo definição do Plano Nacional de Educação (PNE), é preciso atender 100% das crianças até 2016, mas, atualmente, o estado consegue chegar a 69,43%.

“Isso é fruto da política que vem sendo adotada de não priorização da educação nos últimos anos por que essas metas são bastante antigas”, afirma o auditor do Tribunal de Contas do Estado (TCE) Léo Richter. Os dados integram a Radiografia da Educação Infantil no RS e é referente ao ano de 2013.

Pré-escola

Um dos principais problemas observados na falta de vagas é que a situação se concentra em cidades maiores, com grandes periferias, mais difíceis de atacar. Entre os 496 municípios gaúchos estudados (Pinto Bandeira não foi considerado), apenas 26 precisam criar, sozinhos, 66% de todos os postos para pré-escola. O déficit total apenas nesse grupo de crianças é de 86.664, o que deixa o estado na penúltima posição no ranking, à frente apenas de Roraima.

Creche

O número de vagas a serem criadas em creches, para crianças de 0 a 3 anos, é maior. A falta é de 109.843 matrículas. Ainda assim, a situação não é considerada tão grave devido ao prazo, que é maior. A meta de chegar a 50% dessa faixa etária expira somente no ano de 2.024. Assim como a variante anterior, os problemas estão concentrados em 19 cidades que precisam criar 57,93% de todas as matrículas faltantes.

O pior

A cidade de pior desempenho na pesquisa é Alvorada, na Região Metropolitana. O município precisa criar 5.387 vagas para creche (0 a 3 anos) e 4.830 para pré-escola (4 e 5 anos). Segundo o prefeito da cidade, Sergio Bertoldi, o dado é resultado da falta histórica de investimentos na área. Ele destaca que há perspectivas de atenuar o problema nos próximos anos.

“Se eu investir R$ 18 milhões, que é o que eu vou receber do Governo Federal pra construir prédios novos, isso vai nos dar um custeio de R$ 20 milhões por ano. Nós vamos atender o dobro do que atendemos hoje, mas ainda temos que fazer muita coisa”, destaca.

O melhor

Os melhores índices são de Poço das Antas, cidade de 2,5 mil habitantes do Vale do Taquari. No local, há mais vagas do que crianças para ocupá-las. O prefeito, Glicério Ivo Junges, destaca que o município investe mais do que a constituição exige na área.

“Estamos com 38% do investimento para a educação. Claro que são fatores diversos que nos levaram a isso. Nós tínhamos o compromisso, por que houve a instalação de um frigorífico aqui e o pessoal tem que trabalhar. Para que as pessoas possam trabalhar, a gente tem que dar a oportunidade pra eles e cuidar das crianças deles”, afirma.

Tempo

Plano Nacional de Educação preconiza que as crianças devem cumprir turno integral na escola. No Estado, 307 municípios possuem creches nessa situação (duração diária média de sete horas ou mais). Já na pré-escola, a média é de 6h25 minutos, mas apenas 95 cidades estão enquadradas.

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