Estados usam aumento de impostos para evitar déficit nas contas em 2016

Depois de o governo federal entregar ao Congresso Nacional um projeto de Orçamento para 2016 prevendo déficit (despesa superior à receita) de R$ 30,5 bilhões, 15 estados e o Distrito Federal apresentaram as propostas orçamentárias às Assembleias Legislativas prevendo equilíbrio nas contas públicas (gastos iguais às receitas), segundo levantamento do G1.

OS ORÇAMENTOS DOS ESTADOS PARA 2016

Estado

Previsão de orçamento 2016

Acre

Estimativa só será divulgada quando orçamento for votado

Alagoas

Equilíbrio: gastos e receitas estimados em R$ 8,4 bilhões

Amapá

Governo tem até 31 de outubro para enviar proposta

Amazonas

Governo tem até 31 de outubro para enviar proposta

Bahia

Equilíbrio: gastos e receitas estimados em R$ 42,6 bilhões

Ceará

Governo tem até 15 de outubro para enviar proposta

Distrito Federal

Equilíbrio: gastos e receitas estimados em R$ 32,6 bilhões

Espírito Santo

Equilíbrio: gastos e receitas estimados em R$ 17 bilhões

Goiás

Equilíbrio: gastos e receitas estimados em R$ 25,2 bilhões

Maranhão

Equilíbrio: gastos e receitas estimados em R$ 16,9 bilhões

Mato Grosso

Equilíbrio: gastos e receitas estimados em R$ 16.55 bi

Mato Grosso do Sul

Governo tem até 15 de outubro para enviar proposta

Minas Gerais

Déficit de R$ 8,9 bilhões: receita de R$ 83,1 bilhões / despesa de R$ 92 bilhões

Pará

Equilíbrio: gastos e receitas estimados em R$ 26 bilhões

Paraíba

Equilíbrio: gastos e receitas estimados em R$ 8,9 bilhões

Paraná

Equilíbrio: gastos e receitas estimados em R$ 54,5 bi

Pernambuco

Equilíbrio: gastos e receitas estimados em R$ 31,04 bi

Piauí

Governo tem até 31 de outubro para enviar proposta

Rio de Janeiro

Equilíbrio: gastos e receitas estimados em R$ 79 bilhões

Rio Grande do Norte

Equilíbrio: gastos e receitas estimados em R$ 11,9 bilhões

Rio Grande do Sul

Déficit de R$ 6,2 bilhões: receita de R$ 56,3 bilhões / despesa de R$ 62,5 bilhões

Rondônia

Governo tem até 31 de outubro para enviar proposta

Roraima

Equilíbrio: gastos e receitas estimados em R$ 3.28 bilhões

Santa Catarina

Equilíbrio: gastos e receitas estimados em R$ 25,75 bilhões

São Paulo

Equilíbrio: gastos e receitas estimados em R$ 206,9 bilhões

Sergipe

Déficit de R$ 347 milhões: receita de R$ 8,29 bilhões / despesa de R$ 8,63 bilhões

Tocantins

Governo tem até 15 de outubro para enviar proposta

Fonte: governos estaduais

Apesar da previsão de equilíbrio, alguns estados entregaram as propostas contando com a aprovação de receitas incertas, como o aumento de impostos.

Somente três estados entregaram as propostas orçamentárias com previsão de déficit, assim como a União: Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Sergipe.

Outros oito governos estaduais ainda não apresentaram as peças orçamentárias por ainda terem prazo  para enviar as propostas para as Assembleias Legislativas, de acordo com leis estaduais: Acre, Amapá, Amazonas, Ceará, Mato Grosso do Sul, Piauí, Rondônia e Tocantins.

Receitas incertas

Nas propostas orçamentárias para 2016, muitos estados apostaram em "maquiar" a previsão de receitas, contando com a aprovação, pelos deputados estaduais e distritais, de pacotes de aumento de impostos para aumentar a arrecadação e fechar o ano sem déficit.

Um dos casos mais emblemáticos é o Distrito Federal. Desde que assumiu o governo, Rodrigo Rollemberg (PSB) tem apontado dificuldades para fechar as contas e solucionar a crise financeira vivida pelo DF. O governo prevê, para 2016, gastos na casa de R$ 32,6 bilhões, com a mesma previsão de arrecadação.

Apesar disso, R$ 1,6 bilhão previsto na arrecadação do DF são de receitas incertas. O governo do Distrito Federal apresentou um pacote anticrise com previsão de aumento de impostos, suspensão de concursos públicos, redução em 20% dos gastos com comissionados, corte de oito secretarias e redução dos salários de cargos de natureza política – incluindo o de Rollemberg e o do vice-governador, Renato Santana.

A implantação desse conjunto depende de aprovação da Câmara Legislativa. Caso os distritais não aprovem parte do pacote, a tendência é que o Distrito Federal feche 2016 com déficit, diferentemente do previso inicialmente.

Outros estados, como Pernambuco e Tocantins (que ainda não enviou o orçamento de 2016), também mandaram pacotes de aumento de impostos para votação nas Assembleias Legislativas.

Pernambuco

Em Pernambuco, a previsão é de gastos e receitas iguais, R$ 31,04 bilhões.

Para fechar o ano que vem em equilíbrio, o governo pernambucano enviou propostas para elevar as alíquotas do IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores), ICMS (sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços) e ICD (sobre Causa Mortis e Doação), que foram aprovadas pelos deputados e serão elevadas a partir de 1º de janeiro de 2016.

Com os reajustes, o governo de Pernambuco espera aumentar a arrecadação estadual em R$ 487 milhões já em 2016.

Tocantins

Já no estado do Tocantins, o governo ainda não mandou para a assembleia a proposta orçamentária, mas já enviou propostas para elevar as alíquotas de ICMS e IPVA, aprovadas pelos deputados estaduais. Com isso, o estado deve arrecadar até R$ 160 milhões por ano, a partir de 2016.

Rio de Janeiro

Durante o levantamento, o governo do Rio de Janeiro enviou duas respostas diferentes ao G1.

Inicialmente, em entrevista , o governador do estado, Luiz Fernando Pezão, afirmou que a previsão do Rio era de déficit de R$ 11 bilhões em 2016.

Apesar disso, a proposta orçamentária enviada pelo governo à Assembleia Legislativa prevê equilíbrio fiscal, com gastos e receitas estimados em R$ 79 bilhões.

Procurada novamente pelo G1, a Secretaria de Fazenda do Rio de Janeiro enviou a seguinte resposta: "Não existe déficit no Orçamento. O Orçamento enviado para a Alerj é um Orçamento equilibrado, que prevê R$ 79 bilhões de receita, o mesmo volume de despesa. Ele [Luiz Fernando Pezão] tem falado esse número [déficit de R$ 11 bilhões], que foi apresentado para ele há cerca de um mês. Só que isso mudou à medida que o orçamento foi sendo confeccionado”.

No estado, os deputados já aprovaram projeto de lei do governo que altera regras e alíquotas na arrecadação do IPVA. A expectativa de arrecadação do governo com o aumento do imposto é de pelo menos R$ 500 milhões por ano, a partir de 2016.Déficit

Dos 26 estados e Distrito Federal, apenas três enviaram as projeções de orçamento para o próximo ano com déficit: Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Sergipe.

Em Minas, o governo estima que as receitas do estado serão da ordem de R$ 83,1 bilhões, enquando os gastos girarão em torno de R$ 92 bilhões – um déficit de R$ 8,9 bilhões.

Em Sergipe, a previsão é de que o governo arrecade R$ 8,29 bilhões em 2016, e gaste R$ 8,63 bilhões. Assim, o estado prevê déficit nas contas públicas da ordem de R$ 347 milhões.

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