Um fórum sobre segurança em Porto Alegre discutiu o fim do regime semiaberto na tarde desta segunda-feira (16). A preocupação, de vítimas de violência e autoridades da segurança, é com o número elevado de presos que voltam a cometer crimes enquanto estão cumprindo pena, como mostra reportagem do RBS Notícias (veja no vídeo).
O titular da Delegacia de Capturas do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), Arthur Raldi, observa que 1.115 pessoas foram presas em 2015 pela delegacia. Do total, 316 são do regime semiaberto. Para o presidente da Associação do Ministério Público, Sergio Hianne Harris, o sistema semiaberto não está funcionando. "E ele é um dos pilares da nossa criminalidade." Um projeto de lei já esta tramitando em Brasília. O presidente da ONG Brasil sem Grades, Luiz Fernando Oderich, ressalta que a bancada gaúcha no Congresso "comprou essa ideia", de fazer uma nova legislação "que praticamente acaba com o regime semiaberto e dificulta muito a progressão da pena". Para ele, o semiaberto "fracassou", diz. "O sistema semiaberto no Brasil não funciona", reforça.
Debora Folchini perdeu o irmão Diego, que foi assassinado há dois anos em um assalto. Um dos criminosos cumpria pena no regime semiaberto. "Questão de semiaberto é uma abertura para eles saírem e ficarem matando as pessoas na verdade eles são soltos, eles são liberados, é só para dizer regime semiaberto eles estão presos, não, eles estão soltos", diz Debora.
A mãe de Diego pede mudanças no Código Penal. "Eu acho que tem que cumprir as suas penas, porque nos perdemos nosso filho. Ele não volta mais, eles tem que pagar por isso, nossos direitos existem aonde, nenhum lugar", diz Dulce Schmidt.