Frango e ovos ficam mais caros em março

Com custos elevados e dólar em alta, o setor de aves deverá repassar um aumento de 10% a 15% no preço da carne de frango durante o mês de março. Segundo o presidente da Asgav, Nestor Freiberger, embora os preços do milho e da soja — que compõem 70% dos custos — estejam estáveis, a valorização da moeda americana faz com que o efeito seja negativo para a agroindústria. “Achávamos que ia dar uma acalmada nos preços, mas eles voltaram até a subir, pressionados pela alta do dólar”, explica Freiberger. Somado ao aumento dos combustíveis e da tarifa de energia elétrica, o executivo afirma que há uma necessidade “extremamente urgente” de repassar o aumento. 



No varejo, o quilo da carne de frango está a R$ 5,84, conforme levantamento da Agas. Há um ano, o preço era de R$ 5,79. Com relação aos ovos, a alta prevista é de 5% a 10%. “Houve muita queda na produção em função do dólar excessivo e também redução de plantel, devido aos custos”, explica Freiberger. A expectativa é de que o consumo, tanto de frango quanto de ovos, volte ao normal após queda no início do ano. 



O presidente executivo da ABPA, Francisco Turra, ressalta que o preço do frango está defasado em relação às outras carnes. Por isso, considera que o aumento é uma “recomposição”. “Nada tão significativo a ponto de assustar o consumidor, mas alguma reação de preço é natural para recompor o mínimo de renda ao produtor, porque parte da renda ele perdeu com essa elevação”, define Turra. 



Conforme a Embrapa Suínos e Aves, os custos de produção de frangos de corte no Brasil aumentaram 6,2% no ano passado, após uma queda de 5,5% em 2013. Segundo o analista Ari Jarbas Sandi, o item pintos de um dia, que representa 15% do total, foi o que mais influenciou a alta. “No ano de 2013, o mercado regulou o preço do pintinho de corte. Teve menos oferta e, obviamente, o preço aumentou”, explica. Ele ressalta que milho e soja têm seus preços tarifados em dólar, o que poderá causar impacto para produtores e agroindústria nos próximos dois meses. “O que afeta, agora, é o preço da energia elétrica e dos combustíveis”, ressalta. 

 
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