A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) identificou a presença do zika vírus em mosquitos Culex quinquefasciatus (opernilongo doméstico), coletados em Recife (PE). A coleta dos insetos foi feita com base em locais com casos confirmados de zika, em função da epidemia da doença no Brasil e a relação com a microcefalia.
De acordo com a Fiocruz, o achado confirma essa espécie de mosquito como "potencial vetor do zika vírus". Até então, os cientistas só tinham a confirmação de que o vírus infectasse o mosquito Aedes aegypti, que é transmissor da doença.
A Fundação destaca que a partir dessa pesquisa inédita, serão necessários estudos adicionais para avaliar o potencial de participação do pernilongo doméstico na disseminação do zika vírus. Por enquanto, a Fiocruz afirma que o combate à doença deve continuar se baseando no controle do Aedes aegypti.
Diferente do Aedes, que se prolifera em ambientes com água parada, o mosquito Culex age também em locais com água corrente, esgoto e lixo. Ele é encontrado em todos os ambientes urbanos. Somente em Recife, onde a pesquisa foi feita, a população do pernilongo é 20 vezes maior do que a de Aedes aegypti.
Casos de microcefalia
De acordo com o Ministério da Saúde, até 16 de julho, foram confirmados 1.709 casos de microcefalia no Brasil. Embora 267 casos tenham sido confirmados por critério laboratorial específico para o zika, o ministério considera que esse dado não representa, adequadamente, a totalidade do número de casos relacionados ao vírus. Para a pasta, houve infecção pelo zika na maior parte das mães que tiveram bebês com diagnóstico de microcefalia.
Pernambuco é o estado com o maior número de casos confirmados de microcefalia, com 371 pacientes.
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