Governo do RS acerta envio de 112 agentes para Jogos Olímpicos do Rio

O governo do Rio Grande do Sul entrou em acordo com a Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos, nesta terça-feira (12), sobre o envio de agentes de segurança para os jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. São 112 profissionais, entre policiais e peritos, que ficarão à disposição para o evento por um período de 100 dias a partir de julho deste ano.

A medida ocorre no momento em que estado gaúcho passa por uma onda de violência agravada por um reduzido efetivo policial que é considerado o menor em 15 anos. Ao mesmo tempo, o governo se diz impedido de descumprir o convênio.

Ao todo, serão deslocados 100 policiais militares, oito policiais civil e quatro peritos. Para que possam atuar junto à Força de Segurança Nacional, é necessário que os agentes possuam curso de nivelamento de conhecimento, que é mais comum entre policiais do Batalhão de Operações Especiais (BOE), da Brigada Militar, e Grupamento de Operações Especiais (GOE), da Polícia Civil, que ao todo concentram 1,8 mil homens.

Por conta disso, o governo do Rio Grande do Sul acredita que os policiais escolhidos serão deslocados a partir desses grupamentos. Será feito, ainda, conforme o Executivo estadual, um processo de distribuição para evitar que alguma cidade possa ser mais afetada que outra.

De acordo com o coronel Júlio César Rocha Lopes, do Estado Maior da Brigada Militar, o número  limitado de vagas fez com que seja aberto um processo seletivo para a escolha dos nomes que devem ser enviados ao Rio de Janeiro. “Eles devem ser enviados entre o meio e o final de junho até setembro”, diz o coronel.

Horas extras e reforço da Operação Avante

Conforme Lopes, com o efetivo reduzido a Brigada Militar vai dar maior atenção à operação Avante, que tem sido utilizada pela Brigada Militar como arma de combate à criminalidade, principalmente em Porto Alegre e na Região Metropolitana com a realização de blitz, barreiras e fiscalização em bares e casas noturnas que, segundo o governo, resultaram na prisão de mais de 900 pessoas.

Junto a isso, o coronel do Estado Maior da Brigada Militar afirma que podem ser autorizadas as horas extras, que haviam sido suspensas desde janeiro de 2015 por conta da grave situação financeira do estado.

O resultado da negociação, no entanto, contrasta com a promessa feita ainda na manhã desta terça-feira (12) pelo governador José Ivo Sartori, de que seriam enviados apenas policiais que desempenham funções administrativas, conforme afirmou em entrevista concedida à rádio Gaúcha.

“Nós não vamos ceder quem está trabalhando na rua, mas sim o pessoal que está em funções administrativas. Não vamos atender aquilo que foi solicitado,que foram mais de 500 policiais”, afirmou o governador.

Contrapartida

O governo gaúcho considera inviável a possibilidade de não enviar homens. A inciativa também pode ajudar na liberação de recursos federais para a área da segurança. Ao todo, o estado do Rio Grande do Sul deve receber cinco viaturas, um microonibus, armas, munições, e outros equipamentos como contrapartida pelo envio de parte do efetivo.

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