Governo do RS deve R$ 180 milhões aos hospitais filantrópicos e santas casas

Os hospitais filantrópicos e santas casas do Rio Grande do Sul registram neste mês de fevereiro o atraso de R$ 180 milhões nos repasses do governo do Estado para o setor. De acordo com o superintendente da Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes e Filantrópicos do Rio Grande do Sul, Jairo Tessari, a quantia é só a ponta de um iceberg, num panorama tão desesperador que já registra a demissão de 4 mil servidores, atraso em salários e em encargos sociais. 



“Com os cortes realizados no orçamento no ano passado, na casa do R$ 300 milhões, a situação dos hospitais se agrava cada vez mais. Apenas na região do Vale do Sinos, as instituições acumuladas ultrapassam os R$ 20 milhões. Os cortes estão sendo necessários em coisas fundamentais como o pagamento de médicos, servidores e encargos sociais", desabafa. 



O Estado deve às instituições R$ 72 milhões referentes a programas de apoio, corrrespondentes aos meses de dezembro de 2015 e janeiro de 2016, além de R$ 80 milhões dos serviços de janeiro e mais R$ 32 milhões referentes a 30% dos serviços de dezembro. “Vivemos um quadro preocupante em todo o Rio Grande do Sul. É um círculo vicioso pois os hospitais menores não recebem os recursos, acabam sobrecarregando os de médio porte, que também não recebem e voltam a sobrecarregar os de grande porte”, reclama Tessari, lembrando que as entidades representadas pela federação são responsáveis por cerca de 70% da atenção ao Sistema Único de Saúde (SUS).



Na próxima segunda-feira, às 10h, a Federação fará uma assembleia com as 245 instituições filiadas, para discutir a situação e traçar uma estratégia no sentido de agilizar os recebimentos do governo. “A assembleia vai decidir como continuaremos enfrentando essa situação”, anuncia.

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