O governo do Estado admitiu, nesta segunda-feira (21), que irá ampliar os atrasos de dívidas do mês de junho para garantir o pagamento em dia de todos os servidores. Além disso, pela terceira vez consecutiva, a parcela da dívida com a União, de R$ 280 milhões, deixará de ser quitada dentro do prazo. A justificativa é de que as medidas precisam ser adotadas em razão da crise financeira do Estado.
"Em função do déficit de mais de R$ 400 milhões todos os meses nos cofres do Estado, teremos de deixar de pagar outros compromissos das mais variadas áreas para garantir o pagamento da folha de junho em dia, como nos obrigam decisões judiciais", disse o secretário da Fazenda, Giovani Feltes. Ele não especificou quais áreas serão afetadas pelo atraso.
Segundo Feltes, além deste passivo, a arrecadação de ICMS está abaixo da inflação projetada para 2015. "Também estamos experimentando os reflexos nefastos da nova orientação econômica do governo federal, que infunde ao Estado dificuldades para o seu crescimento industrial e do varejo", sustentou.
No mês passado, o governo atrasou repasses a hospitais, transporte escolar e área da segurança, entre outros. As dívidas foram quitadas até o dia 11 de junho, bem como a parcela de maio da dívida com a União.
Na manhã desta segunda, a situação financeira do Estado foi discutida no Palácio Piratini junto a representantes do Tribunal de Justiça, Ministério Público, Tribunal de Contas, Defensoria Pública e Procuradoria-Geral do Estado. As instituições tentam garantir mudanças na previsão orçamentária do ano que vem, que estabelece o congelamento de gastos.
No dia 2 de julho, termina o prazo para apresentação de emendas ao projeto junto a comissões da Assembleia Legislativa. Dezenas de entidades de classe já protocolaram pedidos de emendas que alteram a proposta original do Executivo.
GAÚCHA