O governo do Estado e o Cpers/Sindicato realizam reunião na manhã desta terça-feira em um cenário marcado por problemas demais e soluções de menos. Em greve por tempo indeterminado, decretada na sexta-feira, os professores sentarão à mesa de negociação com possibilidades remotas de receber qualquer proposta financeira: o Piratini já antecipou que não oferecerá reajuste por não ter condições de pagá-lo.
Ao mesmo tempo em que precisa lidar com o movimento dos docentes, o governo enfrenta uma mobilização inédita de estudantes insatisfeitos, que ocupam, desde a semana passada, pelo menos cinco escolas. Para complicar o quadro, não há sequer certeza de que o Rio Grande do Sul tenha hoje um secretário de Educação. O titular, Vieira da Cunha, saiu de férias em plena crise, e há rumores de que não volte. Estaria em vias de deixar o governo para ser candidato à prefeitura de Porto Alegre pelo seu partido, o PDT. ZH entrou em contato com a Casa Civil ontem à tarde, para pedir uma manifestação oficial sobre a questão, mas não obteve retorno.
— Estamos encarando esse momento com grande preocupação, visto que não temos secretário da Educação atuando e que o momento econômico e político é complicado. As pessoas que decidem olham para o que está acontecendo nas escolas e lamentam, mas continuam sentadas no sofá sem fazer nada, porque não têm filho na escola pública, e o problema não os atinge diretamente — critica Berenice da Costa, presidente da Federação das Associações e Círculos de Pais e Mestres do Rio Grande do Sul.
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