Os ministros da Justiça, José Eduardo Cardozo, e da Secretaria-Geral da Presidência, Miguel Rossetto, falaram em entrevista coletiva no começo da noite deste domingo (15), no Palácio do Planalto, sobre os protestos que levaram uma multidão de pessoas às ruas em todo o País. Em resposta à mobilização, eles disseram que a presidente Dilma Rousseff vai apresentar, nos próximos dias, um pacote de combate à corrupção no Brasil.
Cardozo reforçou que é preciso garantir mecanismos de combate à impunidade. Ele ainda afirmou que a operação Lava Jato, que investigou desvio de recursos da Petrobras, é decorrente de uma postura do governo de garantir as investigações de atos ilícitos.
"No passado, a corrupção no Brasil não era colocada à luz do dia", disse, ao afirmar que as pessoas tinham a "falsa ilusão" de que nada acontecia.
Já Rossetto reforçou a postura do governo contra o financiamento privado de campanhas. "Para interrompermos esse processo (corrupção), é fundamental a proibição do financiamento empresarial para os partidos", disse, ao citar entidades que defendem essa posição do governo, como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
Desde 2013, durante as manifestações de julho, a presidente já havia tratado de um pacote contra irregularidades, o que não aconteceu.
Sobre a crise econômica, Rossetto disse que a situação do Brasil está muito distante da realidade de outros países, como Espanha e Grécia, e que as dificuldades serão superadas ainda este ano. "Estamos seguros de que no segundo semestre deste ano a economia reagirá", afirmou.
Questionados sobre o tamanho da manifestação, Cardozo fez questão de frisar que não considera que o governo esteja fragilizado. "Quem foi eleito quase 55 milhões de votos não está passando por fragilização".
Os ministros ainda comentaram sobre um panelaço ocorrido em diversas cidades do País durante o pronunciamento dos dois. Segundo Cardozo, isso faz parte da democracia. "Nós temos que dialogar com todos. Nosso diálogo se coloca para quem nos aplaude e para quem nos critica. Isso é democracia", disse.
Na semana passada, durante pronunciamento da presidente Dilma sobre o Dia da Mulher, também houve panelaço.
voltar
