Governo se arma para enfrentar “superterça”

O governo conseguiu vitórias apertadas nas votações dos vetos presidenciais em duas sessões do Congresso. No Planalto, houve grande alívio com a manutenção dos vetos ao aumento do Judiciário e à extensão do reajuste do salário mínimo a todos os aposentados — a derrubada desses vetos geraria rombo fiscal de R$ 47 bilhões em quatro anos. Agora, o Planalto se prepara para novas batalhas na terça-feira: tentar aprovar, em sessão do Congresso, a meta fiscal de 2015, de déficit de até R$ 119,9 bilhões, e a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2016, que trará a meta fiscal de 0,7% do PIB para o ano que vem. 



O Planalto está preocupado com as traições na base, e só colocará a meta fiscal de 2015 em votação caso tenha certeza do quórum. Com tantas propostas de interesse do governo nas sessões do Congresso e do Senado, o dia 24 está sendo chamado de “superterça”. Líderes aliados, em especial do Senado, interpretaram os placares das votações dos vetos como sinal de que ainda é preciso trabalhar para “azeitar” a base. “As votações foram muito boas, o governo se livrou de vários itens da pauta-bomba. Mas o placar foi um sinal de que tem muita coisa para arrumar. O governo vai ter que dar uma “peitadona” na base”, diz o líder do governo no Senado, Delcídio Amaral (PT-MS). 



A meta fiscal de 2015 é a principal proposta econômica e política, tanto para o governo quanto para a oposição. Isso porque o governo pode ser acusado de descumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) caso não faça a revisão da meta fiscal de 2015 — trocando a previsão de superávit a de déficit. 



Mas há outros “abacaxis” para o governo: a ordem é aprovar o projeto sobre a repatriação de recursos ilegais do exterior. Mas os aliados tentam fazer emendas de redação no texto para tentar facilitar vetos a serem feitos pela presidente Dilma Rousseff nos itens que a Câmara colocou na proposta original do governo. A repatriação deve entrar na pauta na quarta-feira.

 
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