A Interpol anunciou nesta sexta-feira a suspensão de um programa de colaboração com a Fifa destinado a reforçar a integridade no esporte com um valor de 20 milhões de euros devido às investigações por corrupção na instituição que dirige o futebol.
Através de um acordo assinado em maio de 2011, a Interpol recebeu 20 milhões de euros da Fifa para colocar em andamento este programa, que tinha uma duração de dez anos. O objetivo era frear a manipulação das competições esportivas e as apostas clandestinas por parte de grupos criminosos.
A Interpol ressalta em seu comunicado que o acordo com a Fifa incluía uma cláusula que estipulava que a parte que financiava o projeto se comprometia a fazer com que suas atividades "fossem compatíveis com os princípios, objetivos e atividades da Interpol".
A decisão do secretário-geral da Interpol, Jurgen Stock, foi aprovada pelo comitê-executivo da organização, reunido desde quarta-feira em Lyon. Inclui o congelamento da utilização dos fundos entregues pela Fifa, explicou a Interpol. O presidente da Fifa, Joseph Blatter, anunciou sua renúncia há uma semana, após a prisão de várias autoridades da instituição, suspeitas de corrupção. A Interpol "continua seguindo de perto o desenvolvimento do caso", acrescenta o comunicado.
Crise na Fifa
No fim de maio, a justiça americana indiciou 14 integrantes da Fifa e executivos de empresas de marketing esportivo, por suspeitas de subornos que chegam a 150 milhões de dólares durante duas décadas. Sete acusados foram detidos em Zurique e permanecem na Suíça, à espera do julgamento de um pedido de extradição para os Estados Unidos.
O escândalo provocou a renúncia do presidente da Fifa, Joseph Blatter, na semana passada, apenas quatro dias depois de ter sido eleito para um quinto mandato no comando da entidade.
Existem muitas suspeitas a respeito do processo de escolha de Rússia e Catar como sedes das Copas de 2018 e 2022. "Se existirem provas de que Catar e Rússia venceram graças apenas a subornos, então poderiam mudar", afirmou esta semana Domenico Scala, presidente da Comissão de Auditoria da Fifa.