Jardel critica método do MP: “Fui estuprado”

 

FONTE: CORREIO DO POVO

O deputado estadual Mário Jardel (PSD) questionou a forma como ocorreram as buscas realizadas na segunda-feira na sua casa. “Fui estrupado (sic)”, resumiu Jardel em entrevista exclusiva ao Correio do Povo, concedida no escritório do advogado Amadeu Weinmann, no Centro, no início da tarde desta quarta-feira. Weinmann está, desde a noite de terça-feira, constituído para defender o deputado das acusações que pesam contra ele.



“Nunca fui tão esculachado na minha vida em comunicação social, e por culpa do MP. E alguém vai ter que se responsabilizar por isso”, promete Jardel. O ex-jogador se refere ao fato de uma equipe de uma emissora de TV foi chamada para acompanhar a chegada do MP em seu apartamento. “Por que só uma TV foi levada? O lar, segundo a Constituição, é inviolável”, completa Weimann. As ações levantaram questionamentos a respeito do método usado pelo Ministério Público. 



Questionado sobre se alguma liderança do PSD o procurou para prestar solidariedade, o deputado foi enfático: “Só se foi para partir a minha cabeça, que foi o que aconteceu.” Jardel também fez queixas a respeito de pessoas que se diziam seus amigos. “Todo mundo sumiu ó. A informação que eu tenho é de que o chefe de gabinete, o Roger, trocou a fechadura. E que as pessoas que chegam lá ele diz: 'Não precisa nem voltar aqui que 99% de chance de ele não ser mais deputado.'



Jardel disse que pretende permanecer com seu mandato na Assembleia Legislativa. “Você acha que eu vou deixar tomarem o meu mandato?Ninguém vai tomar o meu mandato. Desta maneira não. O doutor Amadeu vai provar que eu sou inocente.”



Há uma decisão judicial, concedida pelo desembargador Newton de Leão, do Tribunal de Justiça, determinando o afastamento do parlamentar de suas funções por 180 dias. A determinação ocorreu após solicitação do Ministério Público do RS, que investiga Jardel desde o mês de setembro. O MP reuniu farto material documental e pretende denunciar o deputado por pelo menos quatro crimes: peculato e desvio, falsidade documental, concussão e lavagem de dinheiro.



Nesta tarde Weinmann terá audiências com o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Edson Brum (PMDB), e com o corregedor da Casa, deputado Marlon Santos (PDT), para tratar da situação de Jardel. Pela manhã a procuradoria da Assembleia ingressou no Tribunal de Justiça com pedido de reconsideração a respeito da determinação do desembargador Newton de Leão. O Legislativo não está questionando o mérito das denúncias. Mas considera que a suspensão se caracterizou como ingerência entre poderes. 



 

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