Justiça nega liberdade para 12 presos por venda de leite adulterado

Decisão da 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça gaúcho (TJRS) negou habeas corpus para 12 presos envolvidos na venda de leite adulterado. Segundo a decisão do desembargador Aristides Pedroso de Albuquerque Neto, o grupo “representa periculosidade, indicada pelo desprezo e descaso quanto aos efeitos nocivos à saúde da população, o que recomenda a custódia cautelar como garantia da ordem pública.

Todos os processos julgados são da Comarca de Gaurama, no Norte gaúcho. O esquema de adulteração de leite na região foi combatida durante a 7ª etapa da Operação Leite Compensado.

Abaixo, os envolvidos e os motivos que os levaram à prisão, segundo o TJRS:

– Arino Adalberto Adami e Angelo Antonio Paraboni Filho, responsáveis pelo recebimento do leite no Posto de Resfriamento da Cooperativa Tritícola Erechim (Cotrel). Segundo as investigações, ambos sabiam da condição do produto adulterado, mesmo assim, receberam e mantiveram em depósito o produto para a venda. Ainda, as interceptações telefônicas revelaram fortes indícios da participação dos denunciados.

– Amauri Rempel, Angélica Rempel, Marcia Bernardi e Cristiane Biasus. Conforme as investigações, Amauri é sócio-proprietário do Posto de Resfriamento Rempel e Coghetto Ltda, enquanto que as demais denunciadas são laboratoristas da referida empresa. Segundo o relator, as provas colhidas até o momento indicam que todos sabiam das condições em que o leite era recebido. Há relatos, inclusive, de que os motoristas dos caminhões eram orientados pelas laboratoristas de como fazer a mistura da água, afirmou o Desembargador Aristides.

– Walter Roberto Krukowski e Paulo César Bernstein, na condição de sócios, administradores e proprietários da empresa Transportes Rafinha Ltda., além de saberem das condições das cargas de leite adulteradas, transportadas por seus empregados, faziam a adulteração e o próprio transporte do leite impróprio para as empresas Rempel e Coghetto e para a Cotrel. Paulo Bernstein também é apontado com um dos mentores do esquema e um dos chefes da suposta organização criminosa.

– Matheus Alberto Bruggraf era motorista da empresa de Transportes Rafinha e fazia a rota dos produtores levando o leite até o posto de resfriamento. As interceptações telefônicas revelaram diálogos dele com laboratoristas, que comentaram por várias vezes sobre as adulterações.

– Paulo Cesar Ruhmke também era motorista da empresa Transportes Rafinha e fazia a rota dos produtores levando o leite até o posto de resfriamento. As interceptações telefônicas revelaram diálogos dele com outro motorista, comentando sobre as adulterações.

– Luciano Antonio Nilson é produtor e, conforme a denúncia, sabia da adulteração do leite. Por algumas vezes, ele próprio teria feito a mistura com água. A informação aparece em diálogos interceptados entre os motoristas dos caminhões de transporte. Em depoimento ao MP, ele confirmou que permitiu o uso de água na mistura.

 – Fabiana Machado da Silva Nilson é produtora de leite e casada com o co-réu Luciano Nilson, sabia das adulterações e, por algumas, vezes, teria realizado a mistura com água.

Condenação

O ex-vereador de Horizontina Larri Lauri Jappe teve a pena de 10 anos de prisãoconfirmada pelo TJRS após apelação. Segundo denúncia do Ministério Público, ele adicionava ureia, formol e água para aumentar a quantidade de leite e o prazo de validade, e assim impulsionar os lucros. Larri está no Presídio Estadual de Santa Rosa e não pode apelar em liberdade.

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