O ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado relatou, em delação premiada, ter repassado propina a pelo menos 20 políticos de diferentes partidos. De acordo com informações da Folha de S. Paulo, os repasses foram feitos a nomes ligados ao PMDB, PT, PP, DEM, PSDB e PSB.
Machado afirma ainda ter negociado com o presidente interino, Michel Temer, o repasse de R$ 1,5 milhão de propina para Gabriel Chalita, candidato do PMDB à prefeitura de São Paulo em 2012.
Responsável pela indicação de Machado à Transpetro, o PMDB ficou com o maior valor repassado no esquema, cerca de R$ 100 milhões. Segundo o delator, as doações eram pedidas por políticos, e Machado repassava as solicitações a empreiteiras que tinham contrato com a estatal.
"Embora a palavra propina não fosse dita, esses políticos sabiam, ao procurarem o depoente, que não obteriam dele doação com recursos do próprio, enquanto pessoa física, nem da Transpetro, e sim de empresas que tinham relacionamento contratual com a Transpetro", diz o documento da delação.
A lista de políticos entregue por Machado inclui caciques do PMDB como Renan Calheiros (AL), Romero Jucá (RR) e José Sarney, além de nomes do partido como Henrique Eduardo Alves (RN), Valter Alves (RN), Garibaldi Alves (RN) e Valdir Raupp (RO).
Outros parlamentares citados, segundo a Folha, são: Heráclito Fortes (PSB-PI), Sérgio Guerra (PSDB-PE, morto em 2014), José Agripino Maia (DEM-RN), Felipe Maia (DEM-RN), Cândido Vaccarezza (PT-SP), Jandira Feghali (PCdoB-RJ), Luiz Sérgio (PT-RJ), Edson Santos (PT-RJ), Francisco Dornelles (PP-RJ), Ideli Salvatti (PT-SC) e Jorge Bittar (PT-RJ).
Machado também relatou quais empresas aceitavam fazer pagamentos de propina referentes aos contratos com a Transpetro. Segundo ele, foram a Camargo Corrêa, Galvão Engenharia, Queiroz Galvão, NM Engenharia, Estre Ambiental, Polidutos, Essencis Soluções Ambientais, Lumina Resíduos Industriais e Estaleiro Rio Tietê.
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