Moradores se unem para tentar reduzir salário de vereadores de Giruá

Moradores de Giruá, no Noroeste do Rio Grande do Sul, estão se unindo em torno de um objetivo em comum: reduzir o salário dos vereadores do município para o equivalente a dois salários mínimos. Se aprovada, a medida vai significar uma economia de cerca de R$ 1,5 milhão durante os quatro anos de mandato, como mostra a reportagem do Jornal do Almoço (veja o vídeo).

A ideia de fazer um abaixo-assinado para reduzir os salários dos vereadores do município partiu da caixa Gláucia de Vargas e do auxiliar de escritório Luiz Fernando Desbessel.“As pessoas que vão lá assinar com nós acham muito justa a diminuição”, explica Gláucia. “Cinco por cento da população, no caso, seriam 700 assinaturas. Então, a gente já tem 500 e mais 200 assinaturas a gente já atinge o numero mínimo para protocolar o projeto”, acrescenta Luiz Fernando.

Quando as 700 assinaturas forem reunidas, os dois vão levar o abaixo-assinado à Câmara de Giruá. A cidade tem 17 mil habitantes e 11 vereadores. Cada um ganha R$ 4.603,38 por mês. A proposta da população é que os vereadores passem a receber o equivalente a dois salários mínimos, R$ 1.576,38. Ou seja, R$ 3.027,38 a menos.

A população fez as contas: com 3.027,38 a menos do salário de cada um dos 11 vereadores, no fim dos quatro anos de mandato será feita uma economia de R$ 1.598.456,64. "Isso é um absurdo. Não tem como numa cidedezinha tão pequena pagar tanto de salário para um vereador, que muitas vezes não faz até nada", reclama o funcionário público João Pedro Fantel.

A reportagem foi à Câmara de Vereadores da cidade quando faltavam duas horas para a única sessão da semana. O presidente João Zimermann, do PDT, e o vice Andrei dos Santos, do PT, não estavam. A vereadora Marelise Weschenfelder, do PDT, era a única da Mesa Diretora da presente e falou em nome da Casa.

“A maioria das pessoas que fala sobre isso, elas não tem ideia do trabalho de um vereador. Até porque se você chama a comunidade para uma audiência pública, para discutir assuntos de extremo interesse do município, elas não vêm. Então muitas vezes se fala sem conhecimento”, argumenta.

A vereadora diz que é contra a proposta de reduzir o salário e acha justo o valor atual. “Mas é lógico. Com tranquilidade, acho que o subsídio dos vereadores de Giruá está dentro da realidade de trabalho”, argumenta.

Os eleitores, no entanto, têm opinião contrária. “Porque eu tenho que trabalhar 44 horas semanais e ganhar 200, 500 ‘pila’ por semana enquanto eles ganham R$ 4 mil, R$ 5 mil por mês?”, questiona o eletricista Mário Pedro Fabrizio. “Eles trabalham bem pouco, poucas horas, e ganham bastante por isso, enquanto o trabalhador trabalha oito horas por dia com um salário mínimo”, acrescente a doméstica Márcia Scolari.

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