Número de cesarianas realizadas no RS ultrapassa três vezes o recomendado.

Mais de 50% dos partos feitos no Rio Grande do Sul de janeiro a outubro de 2014 foram cesarianas. Os dados são da Secretaria Estadual da Saúde e levam em conta os procedimentos da rede pública e privada. Em 2013, foram 62% de cesáreas. O Ministério da Saúde preconiza uma queda de 10% ao ano. No Brasil, o índice é de 52%, chegando a 88% na rede privada. O recomendado seria apenas 15% de partos cirúrgicos, conforme a Organização Mundial da Saúde.

Para o diretor da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Rio Grande do Sul (SOGIRGS), Sergio Martins para diminuir o número de cesáreas, os planos de saúde precisam alterar o modelo de atendimento e assistência.  Ele explica que no Brasil, diferentemente do que acontece no Canadá e nos Estados Unidos, o número de cesáreas privadas é muito maior, pois o brasileiro contrata um serviço particular que o acompanha durante toda gestação até o nascimento da criança e o médico precisa ficar disponível por um período maior. Para ele, a solução é ter uma equipe de plantão 24h para a realização do parto, como acontece no Hospital de Clínicas de Porto Alegre.

Na última semana, o Governo Federal anunciou que o preenchimento de um partograma, documento onde são registradas todas as etapas do trabalho de parto da gestante, passa a ser obrigatório para médicos de toda a rede privada do país. Segundo a decisão, anunciada pelo ministro da Saúde, Arthur Chioro, e pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), as operadoras de planos de saúde só podem realizar o pagamento dos procedimentos médicos mediante a apresentação do documento completo. O objetivo é inibir o agendamento de cesarianas e, assim, evitar partos antes da hora.

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