Oposição teme que Piratini congele salários

A oposição ao governo de José Ivo Sartori (PMDB) acredita que a situação de “terra arrasada” criada pelo Palácio Piratini desde a posse não passa de uma estratégia a fim de preparar os servidores públicos para o não pagamento de reajustes aprovados a várias categorias pelo governo Tarso Genro. Alguns destes reajustes, como os dos oficiais da Brigada Militar, devem ser pagos em maio deste ano. Durante o governo do PT, a Assembleia aprovou uma série de reajustes salariais para diversas categorias para recuperação de valores perdidos com a inflação, somados à valorização das categorias, com destaque para os servidores da segurança pública.

De acordo com deputados, a redução do tamanho da estrutura pública do RS passaria pela política de arrocho salarial e venda de patrimônio público. A incerteza sobre as medidas que Sartori adotará só aumenta conforme a demora de Piratini em encaminhar as primeiras ao Legislativo. A deputada Miriam Marroni (PT) considera a postura adotada pelo governador como um risco para o cumprimento das leis. “Há um cronograma de reajustes previstos até 2018 e estão criando um cenário de terror para não cumprir política salarial já aprovada. Começamos a recuperar os serviços públicos no último governo e parte disso são as reposições de pessoal e salarial”, declarou.

Para ela, Sartori ainda não disse a que veio. “Nesse período no governo, Tarso já havia encaminhado e aprovado cerca de 50 projetos. Sartori não encaminhou nenhum ainda”, salientou. “A marca de Sartori até agora é a ausência. Ninguém sabe o que ele fará. Ele é o único governador no país que ainda não encaminhou um projeto de lei ao Legislativo”, concorda o deputado Pedro Ruas (PSol). Para o líder da bancada petista na Assembleia, Luiz Fernando Mainardi, o suposto atraso de salários admitido pelo governo seria um disfarce para outras medidas. “É o chamado bode na sala. Tememos que ele anuncie o congelamento dos salários”, projetou.

Para a deputada Manuela D’Ávila (PCdoB), o movimento do governo pode disfarçar futuras atitudes impopulares. “Existe um esforço do governo para criar fatos, preparar a população e os movimentos para tomar medidas impopulares, como a venda de patrimônio público do Estado”, disse.

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