Perdas no trigo reduzem em R$ 1 bilhão o faturamento das lavouras

Prejudicada do começo ao fim por problemas climáticas, a safra gaúcha de trigo acumula perdas de volume e qualidade na medida em que a umidade nos últimos meses agravou a ação de fungos e bactérias nas plantas, resultando na quebra de ao menos 40% da produção, conforme a Emater. Com metade da área colhida, os cálculos mais otimistas apontam R$ 850 milhões a menos no faturamento das lavouras — sem considerar os prejuízos com o trigo de menor valor comercial, o chamado triguilho.
O valor é 43% menor em relação à safra recorde de 2013, quando 3,3 milhões de toneladas foram colhidas, o que resultou em R$ 1,96 bilhão em negócios, de acordo com a Federação da Agricultura do Estado (Farsul). Prevendo uma produção de 2,3 milhões de toneladas, 1 milhão a menos do que no ano passado, a Comissão de Trigo da Farsul considera até agora a produtividade média de 33 sacas por hectare.
A Baixa qualidade também dificulta a venda, pois boa parte do trigo colhido no Estado tem chegado às cooperativas ou indústrias gaúchas sem qualidade necessária para moagem. Para ser classificado como tipo 1, o cereal precisa atingir peso hectolitro (PH) de 78. O produto colhido com PH inferior a 72, por exemplo, serve apenas para ração.
Como um problema leva ao outro, a quebra na safra resultará em mais importações, o que acarretará em aumento de preços para o consumidor.  Os Principais consumidores de trigo, os moinhos do Rio Grande do Sul terão de aumentar as compras fora do Brasil para abastecer as indústrias de panificação e confeitarias do Estado. Com mais importações, o resultado inevitavelmente será aumento de preço para o consumidor.
Calcula-se que haja 300 mil toneladas de trigo da safra anterior ainda estocadas no Estado, o que tende a ajudar o setor. Principal produtor nacional do cereal, o Paraná também registrou perdas, mas em torno de 5% — escala bem inferior a registrada pelos agricultores gaúchos. Estimada inicialmente em 7,7 milhões de toneladas pela Conab, a safra nacional de trigo não deve passar de 6 milhões de toneladas neste ano.
 
Fonte: Zero Hora
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