Pesquisa mostra consequencias da expansão acelerada da área de soja

Pesquisa da economista da Fundação de Economia e Estatística (FEE) Clarisse Castilhos e da bolsista Manuela Valim Braganholo, divulgada nesta segunda-feira (1º), mostra que a expansão da área cultivada com soja no país implicou em diversos problemas nas áreas social e ambiental, como o crescimento médio anual do número de conflitos no campo, de 7,64%, entre 1990 e 2013. A tendência de incremento dos conflitos fundiários coincide com a incorporação de terras destinadas ao plantio de soja e de outros monocultivos, ocupadas por agricultores familiares, povos indígenas e outros povos tradicionais.
A soja contribuiu com US$ 22,7 bilhões no acumulado de janeiro a setembro de 2014, representando 13,11% das vendas externas, segundo a Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio.
Entre 1990 e 2012, a produção média anual do grão aumentou 6,35%, ou de 20 milhões de toneladas em 1990 para quase 66 milhões de toneladas em 2012, segundo pesquisas do IBGE. As previsões para a safra 2014/2015 são de aumento entre 88 milhões e 92 milhões de toneladas – crescimento que se deve à ampliação da área plantada, desempenho concentrado nos estados do norte e do nordeste do Brasil. Em 1990, a zona respondia por 1,30% da produção nacional e, agora, já apresenta 10,06% de participação da produção nacional.
Os dados da pesquisa Produção Agrícola Nacional (PAN) mostram crescimento de 3,96% da área destinada à lavoura de soja, também entre 1990 e 2012. Nesse período, o Brasil incorporou 17 milhões de hectares da área plantada de lavouras temporárias, resultando em 30 milhões de hectares de soja, cerca de 3,5% do território nacional.
Desmatamento
Além das questões fundiárias, outros efeitos decorrentes da especialização produtiva na soja são apontados pelas autoras, inclusive a diminuição da biodiversidade, o desmatamento, a contaminação do ambiente e das populações rurais por agroquímicos e a excessiva dependência das exportações de um produto com reduzido valor agregado.
Para a safra 2014/2015, a demanda mundial de soja deve crescer em torno de 5% sobre a safra anterior, segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos. No período, também há estimativas de que o Brasil continue como maior exportador mundial do grão e segundo maior produtor mundial, atrás dos Estados Unidos.
 
Fonte – Governo do RS
Foto: Fernando Dias/Seapa
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