Piratini mapeia ativos a serem transferidos

O governo do Estado cerca de mistério e pistas falsas as alternativas em estudo para incrementar o caixa e, de público, integrantes do primeiro escalão tratam genericamente questões sobre a quantidade de ativos passíveis de venda. Mas depois que o vice-governador José Paulo Cairoli (PSD), em uma reunião do Sinduscon, usou o Zoológico de Sapucaia do Sul como exemplo de empresas, fundações ou autarquias que devem passar para a iniciativa privada, o debate se intensificou. Na oposição, o exemplo virou piada. No governo, a lista do que é atraente ao setor privado e como podem ser feitas transferências de patrimônio, aberturas de capital, vendas de debêntures ou de empresas passaram a ser tratadas com ainda mais discrição.

Os governistas temem o desgaste político das medidas e, por isso, consideram importante consolidar primeiro o discurso de que há um esgotamento de outras alternativas de financiamento do Estado para depois proporem PPPs, concessões, transferências e vendas de capital. Os estudos, porém, avançam em ritmo bem mais rápido do que aquele propagandeado pelo governador. A celeridade se deve, em parte, ao fato de já existirem levantamentos prévios, tanto os feitos por técnicos do Estado em administrações anteriores, como aqueles confeccionados por entidades empresariais ou consultorias contratadas.

O secretário do Planejamento, Cristiano Tatsch, garante que a alternativa do governo serão as concessões e PPPs. “Nossa ideia é sair por aí porque as outras ferramentas (venda de ativos, caixa único e recursos tributários) estão praticamente esgotadas”, desconversa. Tatsch diz que o governo precisa encontrar o equilíbrio entre receita e despesa e usa uma máxima que costuma enfurecer os chamados “setores de esquerda”: “Hoje, o que atrapalha o enriquecimento do RS é o Estado”.

Assim como acontece em relação aos dados do déficit e dos financiamentos, a alegação de que não há o que vender é questionada pela oposição. “O Estado tem muitos ativos. A questão é que não pode ir se desfazendo de todos porque, se faz isso, fica, por exemplo, sem possibilidade de nivelar preços em determinadas áreas. Há uma série de alternativas, o problema é a estratégia”, rebate o ex-secretário de Planejamento, João Motta.

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