Popularidade de Dilma cai 19 pontos e atinge o mais baixo índice desde 2011

No momento que a presidente Dilma Rousseff assiste aos desdobramentos da Operação Lava Jato, que desmontou um esquema de corrupção da Petrobrás, atingirem o coração do PT, pesquisa do instituto Datafolha divulgada neste sábado revelou que sua popularidade atingiu a pior marca de um presidente da República desde Fernando Henrique Cardoso em 1999, quando o tucano recebeu 46% de citações como ruim ou péssimo.



Para 44% dos entrevistados, o desempenho da presidente foi considerado ruim ou péssimo, conforme divulgado pelo jornal Folha de São Paulo. Apenas 23% disseram que o governo Dilma é ótimo ou bom. Em dezembro, os números do mesmo instituto eram diametralmente opostos: 42% de ótimo/bom e 24% de ruim/péssimo. 



O nível de rejeição a Dilma superou os índices registrados em junho de 2013, quando manifestações populares tomaram as ruas do País em protestos que atingiram todos os níveis de governo. 



Segundo pesquisa divulgada no dia 28 de junho daquele ano pelo Datafolha, a gestão da presidente foi citada por 25% com ruim ou péssima. Já o índice de ótimo ou bom naquela ocasião foi de 30%, sete pontos acima do número divulgado neste sábado. 



Depois que as manifestações perderam força, a presidente foi recuperando gradualmente o prestígio. Em novembro de 2013, Dilma havia recuperado 11 pontos na categoria ótimo/bom, chegando a 41%. O índice dos que achavam o governo Dilma ruim ou péssimo, por sua vez, caiu para 17%. Depois de vencer o senador tucano Aécio Neves (MG) no 2º turno da eleição presidencial na mais acirrada disputa da história, a presidente retomou em dezembro um patamar confortável, com 42% de ótimo/bom e 24% de ruim/péssimo. 



Corrupção 



A pesquisa deixou claro que o esquema de corrupção na Petrobras desvendado pela Polícia Federal teve papel decisivo na implosão da popularidade presidencial. Para 77% dos entrevistados, Dilma sabia dos desvios na estatal e 52% afirmaram que ela não só estava

ciente, como deixou que os casos ocorressem. Outros 25% disseram que a petista sabia da corrupção, mas não poderia fazer nada para evitá-la.



Esses números foram revelados um dia após a presidente participar em Belo Horizonte da festa de aniversário do PT, evento no qual estava o tesoureiro da legenda, João Vaccari Neto. Ele é acusado de ter operado um esquema de desvio de dinheiro de contratos fechados pela Petrobras. O partido nega ter arrecadado ilegalmente. Não por acaso, a corrupção foi apontada como o segundo principal problema do Brasil, com 21% das citações. O primeiro foi a saúde, com 26%.



A pesquisa revelou que a população está preocupada com os rumos da Petrobras. Para 82% dos ouvidos pelo Datafolha, a corrupção prejudica a estatal. Apenas 8% disseram "não". Outro dado revelador da pesquisa foi o forte crescimento do pessimismo da população em relação à situação econômica do País. Oito em cada dez entrevistados esperam alta da inflação. 



Para 55% dos que responderam ao questionário, a situação econômica vai piorar nos próximos meses. Em dezembro, eram 28% dos entrevistados.

 

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