Poupança registra a maior retirada de recursos dos últimos 20 anos

A poupança registrou a maior retirada líquida desde o início da série histórica, em 1995. Segundo dados divulgados nesta quinta-feira (7) pelo Banco Central (BC), o saldo negativo do ano ficou em R$ 53,567 bilhões.

Em 2015, os depósitos somaram R$ 1,906 trilhão, e os saques, R$ 1,959 trilhão. Os rendimentos chegaram a R$ 47,430 bilhões, e o saldo ficou em R$ 656,589 bilhões.

Em entrevista à Rádio Gaúcha, o economista Marcelo Portugal destaca que são dois os motivos para a queda.

"De um lado, (está) o aumento do desemprego, que faz com que as famílias tenham que sacar o seu dinheiro para manter os seus pagamentos mensais. De outro lado, o fato de que a rentabilidade está muito baixa na caderneta. Ela está perdendo para a inflação, e o investidor tira dinheiro para buscar um outro investimento rentável", explica. 

Portugal destaca ainda que uma das consequências do resultado negativo é a diminuição do crédito imobiliário, uma vez que a poupança é fonte de recursos para a casa própria. Pelas regras, os bancos precisam destinar 65% dos saldos da poupança (SBPE) para o setor.

O economista garante, porém, que o impacto não será tão grande, já que a demanda pelo crédito imobiliário vem caindo. 

Além de perder para os fundos de investimento, o rendimento da poupança é corroído pela inflação. A expectativa é que a inflação tenha alcançado 10,5% em 2015, acima, portanto, dos rendimentos da poupança.

GAÚCHA, COM INFORMAÇÕES DA AGÊNCIA BRASIL
 
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