Preço da carne no Rio Grande do Sul deve aumentar com exportações para EUA

As exportações de carne para os Estados Unidos, oficializadas durante a visita da presidente Dilma Rousseff ao presidente Barack Obama em Washington, podem aumentar ainda mais o preço da carne. O presidente Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Rio Grande do Sul (Sicadergs), Ronei Alberto Lauxen, diz que é precipitado dizer quanto deve subir, mas diz que o preço já está em um patamar alto, que tem inclusive dificultado o consumo interno no Estado. No período de entressafra, o Rio Grande do Sul já busca carne de outros Estados. Já havia queixas de pouco boi gordo disponível para abate e, com mais exportações, a tendência é de preços mais altos por conta da menor quantidade de carne bovina no mercado.

O presidente do Sicadergs diz que ainda não se tem a noção de volume e tipo de carne que os Estados Unidos vão querer do Rio Grande do Sul, mas ele acredita que esta abertura de mercado deve servir de estímulo para produzir mais. A produção de carne bovina no Estado se mantém estável e a exportação tem volume pequeno em função do aquecimento interno. São abatidas, em média, 2 milhões de cabeças de boi por ano, equivalente a 450 mil toneladas de carne. A exportação gaúcha tem média anual de 100 mil toneladas. Hoje o quilo de animal abatido fica na faixa de R$ 10,60. O impacto no preço da carne com as exportações poderão ser sentidos a partir de setembro, quando a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec) prevê enviar os primeiros lotes de carne bovina in natura para os Estados Unidos.

O economista da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), Antônio da Luz, diz que o produtor do boi recebe cerca de 30% do valor pago pelo consumidor no mercado. E acrescenta que o preço deve aumentar para o produtor, mas não para o consumidor. Segundo ele, a abertura de exportações é positiva, porque os pecuaristas gaúchos devem produzir mais, e não dividir a produção. A carne que será vendida para os Estados Unidos não é a mesma que o gaúcho consome. Conforme Luz, ela tem características diferentes, como por exemplo a carne que serve de base para os hambúrgueres.

 

voltar
© Copyright 2019