Preço da erva-mate cai devido a investimento de produtores no RS

 

Após acumular alta de cerca de 60% no preço final ao consumidor, a erva-mate está mais barata. O quilo, que chegou a ser vendido a R$ 15, está em queda. Já é possível encontrar pacotes a partir de R$ 7.

Um levantamento do sindicato do setor erveiro mostra que a restrição de consumo do produto chegou a 15% nos últimos dois anos. A redução no valor se dá pelo aumento da oferta e diminuição da procura.

O que também impactou no queda do preço foi o investimento que os produtores fizeram em tecnologia e na ampliação da área plantada. Com alto rendimento através do valor elevado e vendas significativas, os agricultores modernizaram as técnicas nos ervais.

“Investiram em adubação e controlaram plantas invasoras. Voltou a condição climatológica ideal através das chuvas e tivemos uma alta oferta de folha de erva mate”, reflete o engenheiro agrônomo da Emater Ilvandro Barreto.

Foi o que aconteceu na propriedade de Leonildo Alerico, no interior de Mato Castelhano, no Norte do Rio Grande do Sul. Ele trabalha com a produção de erva-mate há 20 anos. Além de cultivar oito hectares, ele também tem uma pequena fábrica em parceria com outros agricultores. Juntos, eles produzem uma tonelada de erva por semana, que é distribuída em todo o Brasil.

“Agora melhorou o preço, estão investindo de novo, plantando de novo. Então, o preço vai começar baixar”, raciocina Leonildo.

Com valor elevado da erva-mate, elemento básico do chimarrão, a maneira encontrada pelos gaúchos para não abrir mão da tradição foi usar cuias pequenas, mais econômicas. Dono de uma loja de produtos gauchescos em Passo Fundo, João Antônio Rigo conta que nos últimos tempos as cuias maiores foram deixadas de lado. “Cuia maior o pessoal está evitando levar devido ao preço e a crise financeira das pessoas”, diz.

Mas a diminuição do consumo por causa do preço e da crise econômica provocou um efeito contrário. Boa notícia para quem não deixa o gosto amargo do mate de lado. “O chimarrão é a tradição do gaúcho. O gaúcho continua tomando o chimarrão, não deixa e não vai deixar, só vai adequando”, finaliza o comerciante Rigo.

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