O Rio Grande do Sul já contabiliza prejuízo de pelo menos R$ 126 milhões na avicultura e suinocultura devido aos bloqueios de rodovias estaduais e federais que escoam a produção. O levantamento foi divulgado pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), nesta terça-feira. Ele leva em conta volumes que deixaram de ser entregues ao mercado interno e exportados, animais que morreram ou passaram do prazo de abate e ovos férteis quebrados. O valor representa 18% do prejuízo do setor em todo o país, estimado em R$ 700 milhões.
Levando em conta que a movimentação média do setor de aves e suínos é de R$ 220 milhões por dia, o presidente da ABPA, Francisco Turra, avalia que o impacto foi moderado. “Percebíamos que havia um estrago muito grande. O que salvou é que algumas regiões, como Centro-Oeste, não foram tão afetadas”, pontua o dirigente. Conforme cálculos da entidade, cerca de 70% da capacidade de abate da região Sul, a maior produtora de aves e suínos do país, foi afetada nos dias mais graves do bloqueio, entre a segunda e a sexta-feira da semana passada.
Na avicultura, o Sul do país responde por 63% dos abates, com um volume de 12,7 milhões de toneladas em 2014; enquanto na suinocultura a região representa 69% da produção, que no ano passado foi de 3,471 milhões de toneladas. O Rio Grande do Sul, responsável por 22,31% dos abates de suínos e 14,43% dos abates de aves do País, foi um dos Estados que tiveram maior número de bloqueios nas estradas. Por isso, a avicultura e suinocultura gaúchas podem ter um prejuízo que vai além da estimativa da ABPA, calculam fontes do setor.
O diretor executivo do Sips, Rogério Kerber, acredita que, neste caso, a correlação deve ser feita não só pela produção, mas também pelo grau de dificuldade de escoar produção do Estado ao longo dos últimos dez dias.