Não são apenas as empresas que acumulam prejuízos com a queda das exportações para a Argentina. Outros setores no estado também sofrem com a diminuição das compras pelo país vizinho, que é o principal parceiro do Brasil no Mercosul.
Segundo dados da Receita Federal, apenas pelos portos da Fronteira Oeste, o envio de mercadorias para a Argentina caiu 10% no primeiro trimestre do ano na comparação com o mesmo período de 2014. Já o movimento dos caminhões caiu 11%. Em Uruguaiana, de janeiro a março, dois mil veículos de carga deixaram de cruzar a ponte internacional.
"O grande movimento está concentrado em Uruguaiana e São Borja. A queda em número de caminhões foi similar nas duas unidades, mas em valores o impacto foi maior em São Borja, em quase 30%, em razão de mercadorias de maior valor agregado que circulam por lá", diz o delegado Jorge Luiz Hergesse, da Receita Federal.
Os despachantes de alfândega que no ano passado liberavam 17 mil caminhões por mês na Fronteira Oeste hoje atendem apenas nove mil.
"No momento em que o caminhão deixa de transitar, deixa de consumir toda aquela gama de necessidade que ele precisa para o seu deslocamento. Nós temos muitos despachantes aduaneiros que já se retiraram de Uruguaiana e abriram suas afilais em outros locais, como em Santa Catarina, Paraná e outros que já chegaram até São Paulo", explica o presidente do Sindicato de Despachantes Aduaneiros de Uruguaiana, Laury Kotz.
Acostumado a viajar para a Argentina, o caminhoneiro autônomo Maurício Vivan viu o faturamento cair pela metade no ultimo ano. "Fazia duas viagens em trinta dias, media de duas viagens redondas. De um ano e meio para cá, é uma viagem redonda", diz.
FONTE: RBS TV
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