Fonte:Correio do Povo
Os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro chegaram ao fim em 2016. Depois de uma festa que exaltou a brasilidade, a chama olímpica foi apagada em um ato cheio de simbolismo: enquanto a cantora Mariene de Castro interpretava a música Pelo tempo que durar, de Marisa Monte e Adriana Calcanhoto, uma chuva, que representa a abundância das águas tropicais, caiu sobre a pira, extinguindo o fogo. Mas o fim dos Jogos também é um novo começo e uma árvore brotou do Maracanã para simbolizar o futuro.
Depois dos heróis olímpicos mostrarem seu melhor, a maior festa brasileira ganhou o gramado do Maracanã, evocando a tradição dos blocos de rua de carnaval e o esplendor dos carros alegóricos que passam todos os anos pela Marquês de Sapucaí. Rainhas das escolas de samba, passistas, percussionistas e baianas juntam-se ao Cordão do Bola Preta para o último elemento da cerimônia, em um cortejo liderado pelo gari Renato Sorriso e a modelo brasileira Izabel Goulart.A cerimônia de encerramento da Rio 2016 teve início com voluntários vestidos de pássaros formando imagens de pontos turísticos do Rio de Janeiro, como o Cristo Redentor e o Pão de Açúcar. Em seguida, o cantor Martinho da Vila interpretou as clássicas Carinhoso, de Pixinguinha, e As pastorinhas, de Noel Rosa. O Hino Nacional foi interpretado por um grupo de 27 crianças integrantes de um projeto social de Niterói, ao som de atabaques e formando com luzes brancas as estrelas da bandeira nacional. Logo depois, as bandeiras dos países participantes dos Jogos Olímpicos desfilaram ao som de Tico-tico no fubá, interpretada pela cantora Roberta Sá, vestida de Carmem Miranda. Quem levou a bandeira do Brasil foi o canoísta Isaquias Queiroz, que ganhou duas medalhas de prata e uma de bronze nos Jogos.
O presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, agradeceu a participação dos brasileiros para o sucesso do evento. “Chegamos como hóspedes, saímos como amigos”, disse, emendando, em português: “Esses foram Jogos Olímpicos maravilhosos na cidade maravilhosa”.
Bach disse que os jogos vão deixar um grande legado para as próximas gerações e destacou que o evento foi uma celebração da diversidade. Ele agradeceu a participação dos voluntários que trabalharam durante os jogos e destacou o desempenho dos atletas. “Ao competir com amizade e respeito, a conviver com harmonia, estão mandando mensagem poderosa de paz para o mundo inteiro”, disse.
Logo em seguida, o Japão teve seu momento no palco gigante do Maracanã, e se apresentou no melhor estilo pop japonês. Tecnologia, show de luzes e tradição se misturaram, com vários personagens bem conhecidos dos games, animes e filmes para os brasileiros. Entre eles, Hello Kitty, Oliver Tsubasa do desenho Super Campeões e o Pac-Man. Para completar, o primeiro-ministro Shinzo Abe se transformou em Super Mario para "atravessar o mundo" e sair por um cano bem em meio à cerimônia.
O evento de encerramento foi pensado para contar a história da arte brasileira, desde de seu início: com a pintura rupestre, passando pela arquitetura e o paisagismo, artesanato, dança e arte contemporânea, sempre permeada pela música nacional, em suas multifacetadas vertentes: samba, choro, MPB, frevo, cânticos tradicionais indígenas, ciranda, forró e marchinhas de carnaval são alguns do ritmos da trilha sonora, assinada pelo produtor musical Alê Siqueira. O som de várias gerações de músicos e intérpretes fizeram parte do show, como Pixinguinha, Braguinha, Noel Rosa, Martinho da Vila, Carmen Miranda, Roberta Sá, Arnaldo Antunes, Heitor Villa-Lobos, Luiz Gonzaga e Ernesto Nazaré.
A festa exaltou a inventividade do brasileiro e sua capacidade de criar com as próprias mãos, reforçando elementos marcantes da nossa identidade cultural, como as esculturas de mestre Vitalino e as rendas de bilro. O primeiro ato trouxe as belezas naturais do país, a diversidade da fauna e da flora e algumas das mais icônicas paisagens do Rio de Janeiro sob a perspectivas de pássaros. Por ser o adeus dos Jogos Olímpicos, o show também reservou momentos de reconhecimento do trabalho dos voluntários, com uma canção em homenagem a eles cantada por Lenine, e uma retrospectiva dos melhores momentos.
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