Santa Maria já tem 352 casos confirmados de toxoplasmose, dos quais 27 são gestantes

O município de Santa Maria, na Região Central do estado, já contabiliza 353 casos confirmados de toxoplasmose, de acordo com boletim divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde e a prefeitura da cidade, nesta sexta-feira (18). São 81 casos a mais do que o informe anterior, na última sexta-feira (11), quando 271 incidências haviam sido comprovadas. O surto já é considerado o maior já enfrentado pelo Rio Grande do Sul na história.

Entre os pacientes com o contágio confirmado, 27 são gestantes. Foram registrados dois casos de óbitos fetais, em mulheres portadoras, com 36 e com 28 semanas de gestação, além de um caso de aborto, em uma gestante com 15 semanas de gravidez, também com toxoplasmose confirmada. Outro aborto ocorreu em um caso que ainda está sob investigação.

Em relação ao último boletim divulgado, houve redução no número de casos sob investigação, de 230 para 198.

As causas da doença ainda não foram identificadas pelas autoridades de saúde. Diante disso, o Ministério Público Federal (MPF) instaurou um procedimento administrativo para acompanhar o trabalho que está sendo feito pelos órgãos de saúde na cidade. A ideia é centralizar as informações e buscar em conjunto novas alternativas para identificar a origem da doença. A fonte da contaminação ainda não foi identificada.

 

Dados do último boletim

 

 

  • 1011 notificados;
  • 665 suspeitos, dos quais 352 confirmados, 115 descartados e 198 em investigação;
  • 346 ainda em investigação.

 

 

Novo ambulatório

 

Um ambulatório específico para atendimento de casos oftalmológicos em decorrência da toxoplasmose começou a funcionar nesta sexta-feira (18), na Casa de Saúde. Os pacientes atendidos são encaminhados pela Secretaria de Saúde do município. O atendimento funciona nas segundas e quintas-feiras, das 7h30min às 12h30min. Nas sextas-feiras, também há atendimento, no entanto, a Casa de Saúde ainda está definindo o turno em que os pacientes serão recebidos.

Também continuam os atendimentos no ambulatório da Casa 13 de Maio, localizada na Rua Riachuelo, nº 364.

Toxoplasmose

 

A toxoplasmose, cujo nome popular é doença do gato, é uma doença infecciosa causada por um protozoário chamado Toxoplasma gondii. Este protozoário é facilmente encontrado na natureza e pode causar infecção em grande número de mamíferos e pássaros no mundo todo.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Infectologia, a doença pode ocorrer pela ingestão de oocistos [onde o parasita se desenvolve] provenientes do solo, areia, latas de lixo contaminadas com fezes de gatos infectados; ingestão de carne crua e mal cozida infectada com cistos, especialmente carne de porco e carneiro; ou por intermédio de infecção transplancentária, ocorrendo em 40% dos fetos de mães que adquiriam a infecção durante a gravidez.

Sintomas

Em alguns casos os sintomas não se manifestam, mas podem ser:

 

  • Febre;
  • Cansaço;
  • Mal estar;
  • Gânglios inflamados.

 

O período de incubação da toxoplasmose vai de 10 a 23 dias quando a causa é a ingestão de carne, e de 5 a 20 dias quando o motivo é o contato com cistos de fezes de gatos.

Prevenção

A Sociedade Brasileira de Infectologia lista algumas medidas de prevenção:

 

  • Não ingerir carnes cruas ou malcozidas;
  • Comer apenas vegetais e frutas bem lavados em água corrente;
  • Evitar contato com fezes de gato. As gestantes, além de evitar o contato com gatos, devem submeter-se a adequado acompanhamento médico (pré-natal). Alguns países obtiveram sucesso na prevenção da contaminação intrauterina fazendo testes laboratoriais em todas as gestantes;
  • Em pessoas com deficiência imunológica a prevenção pode ser necessária com o uso de medicação dependendo de uma análise individual de cada caso.
  • G1 RS

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