Quarta-feira, 06, em 220 municípios do RS, as Santas Casas e Hospitais Filantrópicos estarão realizando diversas atividades para chamar atenção da comunidade sobre a situação crítica que estão inseridas. Agravada, especialmente, de outubro de 2014 até agora, as 245 instituições de saúde sem fins lucrativos do RS deixaram de receber do Governo do Estado mais de R$ 207 milhões.
Responsáveis por mais de 70% do atendimento SUS no Estado e empregadores de 65 mil funcionários, os hospitais filantrópicos escolheram o dia 06 de maio para realizar diversas atividades nos municípios onde estão inseridos. Entrega de panfletos, cartazes pelo hospital, abraço à instituição, apresentações da realidade para a comunidade e a suspensão dos atendimentos eletivos do Sistema Único de Saúde são alguns dos exemplos das atividades programadas para este dia.
Para o presidente da Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes, Religiosos e Filantrópicos do Rio Grande do Sul, Francisco Ferrer, as 245 Santas Casas e Hospitais Filantrópicos, por sua missão, mantiveram o atendimento pleno aos gaúchos, mesmo com o descaso dos entes governamentais. A partir de agora, caso a saúde não seja tratada com a prioridade que precisa, não haverá outra solução a não ser o fechamento de leitos, diminuição da assistência, demissões e outras formas de adequar as instituições à nova realidade de corte de recursos.
Quarta-feira a diretoria da Hospinoroeste, que representa as 34 instituições hospitalares da região, estará na sede da entidade na cidade de Três de Maio, para uma coletiva de imprensa, a partir das 10 horas.
Cortes na saúde afetam hospitais filantrópicos
A rede de hospitais sem fins lucrativos do Estado, composta por 245 santas casas e hospitais filantrópicos, continua a operar e agonizando em decorrência dos atrasos de 2014 e cortes no orçamento que irão alcançar, se mantidos até o final do ano, mais de R$ 300 milhões.
O montante residual de 2014 é referente à prestação de serviços dos meses de outubro e novembro que alcançam o valor de R$ 132,6 milhões. Segundo informações repassadas em reuniões com a Secretaria Estadual da Saúde e com o próprio Governador José Ivo Sartori, não há previsão para o repasse dessa quantia proximamente.
De 2015, há o corte de R$ 25 milhões mensais referentes ao co-financiamento do Estado, sendo este o único recurso que realmente vinha sendo alocado para reduzir o déficit dos hospitais com o SUS, superior a R$ 400 milhões a cada ano, sendo, portanto, essenciais para o pleno funcionamento das instituições hospitalares.
Após o corte acima referido, o Estado tem pago em dia as demais parcelas, ignorando contudo que o corte que ele fez inicialmente é fulminante para a sustentabilidade dos hospitais que, aliado com os atrasos de 2014, colocou a rede de santas casas e hospitais filantrópicos em regime falimentar definitivo. Outro ponto inadministrável é que para a população usuária do SUS nada foi anunciado de redução de acessos assistenciais sendo transferidas aos hospitais estas responsabilidades que não são suas.