Schirmer defende ação mais ampla das Forças Armadas

Para o secretário estadual da Segurança, Cezar Schirmer, o uso das Forças Armadas apenas para varreduras em presídios é “muito pouco” diante das necessidades do Rio Grande do Sul. Nesta quarta-feira (18), em Brasília, ele disse que não descarta aceitar a ajuda ofertada pelo presidente Michel Temer, porém entende que as inspeções nos presídios gaúchos já são bem executadas por agentes penitenciários e policiais militares.

“Eu acho isso muito pouco (as varreduras das Forças Armadas), porque isso é feito corriqueiramente nos presídios do Rio Grande do Sul. É retirada droga, arma, aquilo que indevidamente está no presídio”, afirmou.

Ao retornar a Porto Alegre, Schirmer vai discutir o assunto de forma mais detalhada com o governador José Ivo Sartori. Caberá aos Estados a solicitação formal do auxílio federal.

Na avaliação do secretário, os militares poderiam ter uma atuação mais ampla, pois, conforme o anúncio do Planalto, as tropas não terão presença diária nas cadeias, somente farão revistas periódicas.

“Se fosse para as Forças Armadas administrarem um presídio durante todo o tempo, isso é algo que realmente tem expressão. E, diante da carência de recursos financeiros e de pessoal no Estado, isso seria muito bem-vindo. Eu não estou dizendo não, estou dizendo que é pouco. Em algum momento, se for necessário, certamente nós vamos apelar para o Exército”, disse.

Schirmer também defende um maior controle para evitar a entrada de armas, drogas e celulares nas unidades. Sem essa barreira, as varreduras dos militares retirarão os objetos, que serão repostos em seguida. Em outra frente, o gaúcho ainda prega um reforço nas fronteiras.

“O Exército e as Forças Armadas são muito bem-vindos, mas eles podem fazer muito mais do que isso que foi anunciado pelo presidente da República”, afirmou.

O secretário segue em Brasília para reuniões sobre o Plano Nacional de Segurança. Ele voltou ao Ministério da Justiça para tratar da construção do presídio federal no Estado. A intenção é apresentar uma pré-lista dos municípios interessados em receber a obra. Técnicos do governo federal irão às cidades para analisar as condições e, assim, definir a escolha.

Outro eixo do plano nacional consiste na criação dos núcleos de inteligência policial para combate a homicídios e violência contra a mulher. Porto Alegre será uma das três capitais contempladas na primeira fase. O trabalho, conforme o Ministério da Justiça, começará em 15 de fevereiro, com ampliação do efetivo da Força Nacional para até 200 homens. Também foi autorizado o repasse de verba federal para o pagamento de horas extras a policiais militares.

Schirmer também se reuniu com o ministro do Desenvolvimento Social (MDS), Osmar Terra, para acertar ações de prevenção à violência em Porto Alegre. Com reforço de recursos da União para a prefeitura da capital, o ministério pretende ampliar o número de vagas em abrigos para crianças e mulheres vítimas de violência e nos centros de atendimento para população de rua.

“Vai ser uma ação focalizada nos bairros mais violentos de Porto Alegre, em que a situação é mais crítica. Depois, será estendida ao resto do Estado”, explicou Terra.

O ministro ainda ofereceu o uso dos centros de referência de assistência social (CRAS) para identificar situações de vulnerabilidade, em especial nos casos de mulheres e crianças. Outra ação é intensificar o acompanhamento dos jovens que estão na Fundação de Atendimento Sócio-Educativo (Fase) e ofertar vagas no mercado de trabalho para eles. Nas próximas semanas, representantes da prefeitura devem desembarcar em Brasília para fechar os detalhes das ações. 

GAÚCHA

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