A Secretaria da Segurança Pública (SSP) publicou nesta quinta-feira (14/7), na página de estatísticas do site da pasta, os indicadores criminais referentes ao mês de junho no Rio Grande do Sul, consolidando também o balanço do primeiro semestre de 2022. A divulgação mantém o compromisso de transparência e prestação de contas do serviço essencial de proteção da sociedade.
Os números dos crimes contra a vida, em relação ao mesmo período do ano anterior, apontam redução nos homicídios e latrocínios e alta nos feminicídios. Os dados mostram também queda nos principais crimes contra o patrimônio, como roubos de veículos, a transporte coletivo e ataques a banco, bem como alta em parte dos indicadores de violência contra a mulher monitorados pela SSP.
Homicídios
Entre os homicídios, o Rio Grande do Sul teve 117 vítimas em junho, 5,6% menos que as 124 do mesmo mês em 2021. No acumulado do 1º semestre, o Estado soma 806 vítimas, o que representa queda de 1,9% frente as 822 dos primeiros seis meses do ano passado. A maior redução foi verificada no município de Viamão, na Região Metropolitana, onde os assassinatos no período de janeiro a junho baixaram de 37, em 2021, para 20, neste ano. A maior alta ocorreu no município de Rio Grande, na Região Sul, onde o número de assassinatos subiu de 14 para 54 na mesma comparação.
Em Porto Alegre, os homicídios em junho baixaram de 28 no ano passado para 24 neste ano, queda de 14,3%. No semestre, a Capital também registra redução nos assassinatos, cuja soma caiu 5,4%, de 147 para 139.
Latrocínios
Os dados do Estado como um todo apontam ainda redução de 60% nos latrocínios em junho, com cinco casos em 2021 e dois neste ano. No acumulado da primeira metade do ano, o Rio Grande do Sul teve em 2022 um caso de roubo com morte a menos que no ano anterior, passando de 29 para 28 ocorrências, uma redução de 3,4%.
Na Capital, não foram registrados latrocínios em junho de 2022, enquanto no mesmo mês do ano passado havia ocorrido um caso. Considerando a soma dos seis primeiros meses de 2021 e deste ano, os roubos com morte em Porto Alegre reduziram 75%, baixando de oito para duas ocorrências no período.
Feminicídios
Os indicadores criminais de junho no Estado também apontam aumento no número de feminicídios em relação ao mesmo mês do ano passado – o número de vítimas subiu 25%, de oito para 10.
Entre essas 10 mulheres assassinadas por motivo de gênero no mês, apenas uma contava com medida protetiva de urgência (MPU). No cenário acumulado desde janeiro, o RS contabiliza 55 feminicídios, seis a mais que no primeiro semestre de 2021, alta de 12,2%.
O Estado reforça os canais de utilidade pública para o encaminhamento de denúncias anônimas às autoridades policiais quando de qualquer suspeita ou informação sobre abuso contra mulheres:
Violência contra a mulher
Entre os outros quatro indicadores de violência contra a mulher acompanhados pela SSP, além do feminicídio, a variação dos números em relação a igual período do ano passado, tanto em junho quanto no acumulado do semestre, foi de alta nas lesões corporais e de redução nos casos de ameaça, estupro e tentativa de feminicídio.
Roubo de veículos
Entre os crimes patrimoniais, que apresentam queda de forma geral com os resultados dos indicadores de junho, o roubo de veículos teve redução de 7,7%, passando de 388 ocorrências no sexto mês de 2021 para 358 neste ano. No acumulado do semestre, esse tipo de crime também teve menos casos, somando 2.299 registros, frente aos 2.706 do mesmo período no ano anterior, uma baixa de 15%.
Em Porto Alegre, cidade que tem a maior frota veicular e concentra a maior parte dos delitos desse tipo no RS, o quadro foi de estabilidade em junho, com 131 roubos de veículos, mesmo número verificado no mês em 2021. No semestre, houve redução na Capital, que soma desde janeiro 901 casos, 16% menos que os 1.072 de igual período no ano passado.
Roubos a transporte coletivo, ataques a banco e abigeatos
Outro crime relacionado à circulação viária urbana, o roubo a transporte coletivo, considerando os delitos contra passageiros e motoristas de ônibus e lotações, reduziu em junho no Estado. Foram 82 casos em 2021 e 54 neste ano, queda de 34,1%. No semestre, os dados também apresentaram retração, de 587 ocorrências entre janeiro e junho do ano passado para 355 no mesmo período de 2022, uma diminuição de 39,5%.
Não houve em junho registro de ataques (furtos ou roubos) a banco no RS, repetindo o cenário do mesmo mês em 2021. No acumulado desde janeiro, o Estado soma 14 ocorrências do tipo, 48,1% menos que as 27 registradas em igual período do ano anterior.
No meio rural, os crimes de abigeato (furto de gado) apresentam queda tanto no recorte de junho quanto no cenário do 1º semestre, em relação a iguais períodos do ano passado. No mês, o número desse tipo de delito, típico da zona rural, passou de 513 para 361, queda de 29,6%. A soma acumulada desde janeiro é de 2.208 ocorrências de abigeato, o que representa retração de 13,4% em relação às 2.550 registradas na primeira metade do ano passado.
As tabelas completas estão disponíveis na página de estatísticas do site da SSP. Para aprimorar as comparações, os dados de 2020 e 2021 também foram atualizadas. A medida é um esforço de trabalho do Observatório Estadual da Segurança Pública em ampliar a transparência ativa. Também nesse sentido, desde janeiro, a planilha de 2022 passa a incluir coluna com o número de vítimas de CLVIs. Além de homicídios dolosos, feminicídios e latrocínios, esse conjunto soma registros de homicídio decorrente de oposição à intervenção policial, homicídio doloso de trânsito, lesão corporal seguida de morte, aborto, induzimento/auxilio suicídio e infanticídio. A medida ainda vai auxiliar pesquisadores a acompanharem a evolução do indicador que é avaliado pela GESeg, dentro da metodologia implantada pelo RS Seguro.
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